quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Déficit do IPERN gera reação na ALRN e pressão do TCE-RN

Presidente do IPERN, Nereu Linhares, confirma notificação do TCE | Foto: joão gilberto

O presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Rio Grande do Norte (IPERN), Nereu Linhares, confirmou, na Comissão de Administração da Assembleia Legislativa, que recebeu na terça-feira (21), a notificação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para apresentar, no prazo de 60 dias, medidas de redução do déficit atuarial previdenciário do Estado, que chegou a R$ 54,3 bilhões.

Nereu Linhares compareceu à reunião da Comissão de Administração, na manhã da quarta-feira (22), a convite do deputado estadual Gustavo Carvalho (PL), que o questionou sobre uma possível retirada de recursos de fundo previdenciário sem autorização legislativa. “O que tinha era uma aplicação que estava em R$ 48 milhões de uma aplicação financeiras que e foi utilizada no pagamento na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas”, disse ele, para afirmar que desde 2016 não existem recursos de fundo previdenciários, que começaram, a ser sacados depois de autorização do Legislativo desde 2014.

“Temos que botar os pontos nos is”, afirmou o deputado Gustavo Carvalho, que apesar de se dizer “encantado” com a explanação do presidente do IPERN, reforçou que fará questionamentos judiciais ao órgão. Ao final da reunião, a Comissão aprovou o pedido de informações como saldo na conta da Previdência e movimentação financeira dos últimos 12 meses. “Para entender o fluxo de caixa”, explicou o presidente Luiz Eduardo.

Linhares disse que o governo do Estado e o IPERN já criaram um grupo técnico de trabalho para elaborar o relatório sobre a situação da previdência estadual e confirmou ue dentro de duas semanas a governadora Fátima Bezerra (PT) chamará os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e órgãos autônomos (Ministério Público, Defensoria Pública e TCE) para discutirem a questão.

“Claro que os governos foram se sucedendo e não foram se preocupando com isso. Para ter uma noção, na galeria de ex-presidentes do IPERN e talvez uns dois ou três tinham alguma noção do que fosse previdência. O resto não tinha”, disse Nereu Linhares, que continuou: “Em regra, um político lá que pedeu uma eleição recebeu o IPERN como prêmio de consolação. E aí ia trabalhar a nova campanha dele”.

Atualmente, o governo vem complementando esse déficit da Previdência aproximadamente com R$ 170 milhões por mês, o que no entendimento do presidente da Comissão de Administração da Casa, deputado Luiz Eduardo (Solidariedade), “é dinheiro que poderia estar sendo usando para investimentos se tivéssemos uma Previdência equalizada”.

O presidente do Ipern afirmou que “esse déficit vem aumentando vertiginosamente, porque existe o direito adquirido do pessoal que tem direito à paridade até 2032”.

Linhares declarou, diante de deputados e de servidores do Ipern, que desde 2019 “tenta exatamente levar esse assunto aos Poderes. Claro que nesse momento aí ninguém quer assumir absolutamente nada. A dívida não é só do executivo, a dívida é de todos. E aí ninguém quis discutir isso”.

O dirigente do IPERN alertou, ainda, que para se fazer um plano financeiro, a fim de que a previdência estadual possa volte a capitalizar, seriam necessários R$ 200 milhões por mês, fora o que o Tesouro Estadual já cobre: “Esse déficit é crescente a uma média de 10% até que se aposente o último servidor com paridade”.

“A situação do IPERN é dramática e não é de agora; surgiu com a criação do Instituto, em 1962”, antecipou Linhares, que foi questionado pelos deputados Luiz Eduardo (SDD) – presidente da Comissão, Gustavo Carvalho (PL), Taveira Júnior (União) e Francisco do PT.

Tribuna do Norte

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