Painel com participação de vários produtores destacou o surgimento de novas cadeias produtivas como a do cordeiro e a de suínos| Foto.Magnus Nascimento
O painel “Nova Pecuária
Potiguar”, realizado durante o Motores do Desenvolvimento, mostrou que o Rio
Grande do Norte vive um momento de transição na atividade pecuária,
possibilitando uma nova geração de produtores com o incremento de inovação,
eficiência e sustentabilidade à produção animal. O encontro, mediado pelo
engenheiro agrônomo e pecuarista Maurício Velloso, reuniu nomes de destaque do
setor: Francisco Veloso (Tapuio Agropecuária), Luís Clenilson (Suíno Jucurutu),
Eduardo Melo (Corte 84) e Magnus Artur (Cordeiro Patriota). O momento também
contou com a participação do assessor técnico da Federação da Agricultura e
Pecuária do RN (Faern), Cleudo Juventino.
Durante a conversa, os convidados destacaram que a transformação do campo potiguar passa pela adoção de tecnologia, pela melhoria da gestão e pela integração das cadeias produtivas. Maurício Velloso, que conduziu a mediação, ressaltou o papel da troca de experiências como vetor de crescimento coletivo. “Eventos como esse são fundamentais. A gente não consegue fazer uma mudança de uma sociedade inteira, de criar um projeto de Estado sem a participação e comprometimento de toda a sociedade”, afirmou.
Fundador da Tapuio Agropecuária, o engenheiro agrônomo Francisco Velloso
ressaltou que eventos como o Motores do Desenvolvimento são fundamentais para
aproximar produtores e empresas âncoras que atuam no fortalecimento do
agronegócio potiguar. “Eu acho fundamental, isso é divulgar, é integrar, ter
relacionamentos, eu acho isso fundamental e vai contribuir certamente para que
a gente tenha novos parceiros e que o RN continue crescendo nessa área da
água”, avalia.
Velloso defendeu também a importância de aprender a conviver com o clima do
semiárido, em vez de enxergá-lo como obstáculo. “É um aprendizado que a gente
tem que conhecer esse clima, saber que é assim, que sempre foi assim e que não
adianta reclamar disso. Então esse é o grande desafio. E oportunidades a gente
tem aí agora, novas cadeias começando, um projeto de suíno grande no Seridó que
está começando, uma cadeia nova na cadeia do cordeiro, do próprio peixe, da
interiorização do camarão, que tudo isso são oportunidades que vão se
consolidar nos próximos anos”, detalha.
O agropecuarista Luís Clenilson, sócio-diretor da Massas Jucurutu e da Suínos
Jucurutu, destacou que o grande desafio da nova pecuária é produzir mais com
menos, garantindo qualidade e escala, mas sem abrir mão da sustentabilidade.
Ele defendeu a importância da organização produtiva, da profissionalização da
gestão e do acesso a informações de mercado como instrumentos para alcançar
eficiência.
Ele chamou atenção para o fato de que o semiárido potiguar exige um tipo de
produção inteligente e adaptada, capaz de aproveitar as potencialidades do
território. “É muito importante esse evento, principalmente para quem é da
suinocultura que está ressurgindo das cinzas no estado. Nós viemos para mudar
essa realidade da suinocultura hoje no Rio Grande do Norte”, afirmou.
Para o engenheiro agrônomo e pecuarista Eduardo Melo, sócio-fundador do
frigorífico Corte 84, o sucesso da pecuária moderna depende de uma conexão
entre indústria, agroindústria, a cadeia produtiva e os produtores. “Então há
muito que ser feito, muito que ser conquistado. Quando a gente conecta
produtores junto à indústria, eu tenho certeza que isso aqui é uma semente
plantada que a gente pode ter muitos frutos”, analisa.
Gestor da Cordeiro Patriota, Magnus Artur reconhece a importância do espaço
proporcionado pelo Motores do Desenvolvimento, tendo em vista que a
ovinocultura é uma cadeia que ainda está começando, e necessita de momentos
como esse para atrair novos parceiros e empreendedores para transformar,
melhorar e desenvolver o semiárido nordestino.
Ele pontua que o segmento ainda enfrenta desafios como o abate clandestino e a
comercialização informal. Mas ressalta que locais de debate como o Motores, que
proporcionam divulgação e esclarecimento, favorecem a diminuição dessa prática
no mercado.
O assessor técnico da Faern, Cleudo Juventino, defendeu que o fortalecimento da
pecuária potiguar depende da organização institucional e política do setor, com
foco na construção de um ambiente mais favorável para o produtor rural. Ele
ressaltou que a profissionalização e a formação técnica são fatores
determinantes para a sustentar o crescimento. “Não se constrói uma nova
pecuária sem capacitação. É preciso que o produtor tenha acesso à assistência,
à pesquisa e à inovação”, afirmou.
Para ele, o estado tem mostrado avanços importantes, especialmente pela atuação
conjunta de entidades como a Faern, o Sebrae, o Senar e o Sistema Tribuna, que,
por meio de eventos como o Motores do Desenvolvimento, proporcionam a difusão
de conhecimento e experiências de sucesso.
Tribuna do Norte
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