A Cidade Alta, um dos bairros
históricos da capital Potiguar sofre com o baixo movimento de clientes e lojas
fechadas por comerciantes. O que não é diferente no camelódromo do bairro, com
445 boxes totais, apenas 130 estão ocupados. Os comerciantes que ainda estão no
local destacam indignação com a falta de infraestrutura e reforma no local. Por
outro lado, a Prefeitura de Natal por meio da Secretaria de Municipal de
Serviços Urbanos (Semsur), vem estudando formas de tornar o lugar mais atrativo
e após análise quantificou um orçamento necessário para reforma do local de R$
1,450 milhão.
“A gente sabe que é uma situação complexa. No início do ano, em fevereiro, logo que assumimos a Semsur fizemos lá um serviço, um paliativo na cobertura, que estava deteriorada, com risco de queda. Então a gente fez um paliativo e pedimos uns projetos para fazer em definitivo. Então a gente está com o orçamento, que ficou em torno de R$ 800 mil para substituição do telhado e das estruturas metálicas que segura o telhado e um orçamento de R$ 650 mil da parte elétrica para refazer toda a parte elétrica do camelódromo da Cidade Alta”, explica o secretário adjunto de Operações da Semsur, Paulo Pinheiro.
Emenda federal
O secretário explica que para
ser possível o investimento do valor que foi orçado é necessário adquirir os
recursos através de emendas parlamentares.
“Foi levantado o orçamento e
estamos tentando ir atrás de recursos para isso. Chegou inclusive uma
informação hoje (22), que o deputado federal, General Girão tinha interesse em
colocar uma emenda para lá. Então a gente vai passar para a assessoria dele,
para a equipe dele, esses orçamentos e ver as disponibilidades e se ele vai
conseguir passar alguma emenda para cá. Porque a prefeitura com um valor desse,
seria interessante, mais fácil com uma emenda federal”, explica Paulo Pinheiro.
Os comerciantes que ainda
estão no camelódromo destacam que o local não passa por reformas desde a
inauguração em 1997. “Foi em 97, de lá para cá nunca teve uma reforma e nunca
vieram inaugurar isso aqui. Não era completa a ocupação. Mas tinha mais gente
aqui trabalhando. Aí abandonou porque não dá. Não vem ninguém aqui dar um uma
força, principalmente os órgãos. A situação é essa. Um negócio desse caindo, se
cair aqui em cima da gente? De alguém?”, explica o comerciante, no camelódromo
há 28 anos, Durval Araújo.
Erivan Vital, também trabalha
no camelódromo desde a fundação. Ele relembra que no início o espaço tinha um
bom movimento de clientes e que muitos cuidados são pagos em conjunto pelos
próprios comerciantes.
Alessando Soares, comerciante, ainda
resiste à falta de estrutura do centro comercial | Foto: Magnus Nascimento
“Muita gente saiu daqui, são
poucas pessoas aqui. E comercialmente aqui tá parado. Quanto a estrutura as
condições são muito precárias, muito precárias. Muita coisa para fazer. A gente
tá pagando vigia, a gente tá pagando banheiro, serviço de banheiro, tá pagando
algumas coisas daqui de dentro. Quebra uma coisa, porque a prefeitura
ultimamente, não tá investindo.”, explica Erivan.
Trabalhando em um boxe há 8
anos no camelódromo, Alessandro Soares detalha como os clientes não têm
interesse em entrar no local. “Até os banheiros foram feitos depois de 20 anos,
foi uma reforma. Por muita briga, correr atrás e a gente levar cansaço na secretaria.
Aí foi que fizeram isso, mas o resto tá aqui. Caindo na cabeça da gente. Antes
o cliente entrava. Hoje passa na frente, olha, vê essa situação, tem até medo,
como falam ‘Vixe Maria, eu vou entrar aqui para quê? Deus me livre’, e não
entra. As vendas caíram”, explica Alessandro.
Requalificação
Com cerca de 70,78% dos boxes
do camelódromo fechados, a secretaria já pensa em uma requalificação do local
para disponibilizar boxes para novas pessoas e planeja um ambiente mais
atrativo para clientes.
“É importante fazer uma
reavaliação para realmente se reabrir esses boxes para dar às pessoas. E fazer
um projeto novo ali na parte de baixo, não contando com a cobertura. Já temos
algumas ideias para isso. Para abrir, para manter quem tá lá e fazer algo mais
interessante, mais atrativo para a população e para os comerciante”, destaca.
A Cidade Alta passa pela
situação de lojas fecharem e baixa procura pelos consumidores natalenses,
pensando nisso a secretaria já avalia formas de conquistar esse público e
tornar não só a Cidade Alta, mas também a Ribeira mais atrativa.
“Segunda-feira (20) tivemos
uma reunião com os secretários, inclusive participei na prefeitura, justamente
em relação à Ribeira e Cidade Alta. A gente está fazendo trabalhos, uns estudos
justamente para repovoar as áreas, para melhorar o acesso daquela região. E a
gente sabe que para isso, depende da questão da moradia. Então, não adianta ter
comércio, ter tudo lá, se não tiver gente morando por perto para poder repovoar
aquela região. Então, a prefeitura está com esse trabalho, está com esse estudo
para viabilizar isso aí”, detalha.
Tribuna do Norte

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