quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Bancos resistem a socorro aos Correios sem plano de recuperação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ajuda dos bancos públicos aos Correios não passaria, num primeiro momento, de um empréstimo-ponte próximo de 10% do valor apontado como o necessário pela estatal para sair da crise. A direção dos Correios anunciou na semana passada que negocia um aporte de R$ 20 bilhões de instituições bancárias para arcar com compromissos de curto prazo e colocar em marcha um plano de recuperação.

Como mostrou o Estadão, executivos de bancos públicos e o Tesouro Nacional — responsável por garantir o empréstimo — veem a proposta com cautela. Eles exigem que os Correios apresentem antes um plano de recuperação sólido, com prazos e metas concretas, que comprove a capacidade da estatal de superar a crise. O desenho inicial apresentado pelos Correios é considerado insuficiente.

Executivos da Caixa estudam há seis meses formas de viabilizar um empréstimo para os Correios. Existem pontos de interesse do banco público na empresa, como a capilaridade dos Correios, com unidades espalhadas pelo País. O que poderia contribuir para reduzir os custos da Caixa com a manutenção de agências. Não se trata, portanto, de um mau negócio.

Mas para que o aporte se concretize, é preciso demonstrar que os Correios terão capacidade de devolver os empréstimos. Ainda que a garantia do Tesouro Nacional seja imprescindível, nenhuma instituição, nem pública nem privada, pretende desembolsar R$ 20 bilhões à vista para a estatal.

O desenho avaliado internamente na Caixa é de um empréstimo-ponte inicial que apenas daria a ignição ao plano de reestruturação. A quantia seria bem menor do que almejam os Correios e não passaria de R$ 2 bilhões ou R$ 3 bilhões.

Em fases posteriores, os Correios poderiam captar recursos também de privados. Procurada, a Caixa não quis se manifestar. A assessoria dos Correios informou que “o empréstimo segue em negociação e não comentaremos até a sua formalização”.

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário