Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ajuda dos bancos públicos
aos Correios não passaria, num primeiro momento, de um empréstimo-ponte próximo
de 10% do valor apontado como o necessário pela estatal para sair da crise. A
direção dos Correios anunciou na semana passada que negocia um aporte de R$ 20
bilhões de instituições bancárias para arcar com compromissos de curto prazo e
colocar em marcha um plano de recuperação.
Como mostrou o Estadão, executivos de bancos públicos e o Tesouro Nacional — responsável por garantir o empréstimo — veem a proposta com cautela. Eles exigem que os Correios apresentem antes um plano de recuperação sólido, com prazos e metas concretas, que comprove a capacidade da estatal de superar a crise. O desenho inicial apresentado pelos Correios é considerado insuficiente.
Executivos da Caixa estudam há
seis meses formas de viabilizar um empréstimo para os Correios. Existem pontos
de interesse do banco público na empresa, como a capilaridade dos Correios, com
unidades espalhadas pelo País. O que poderia contribuir para reduzir os custos
da Caixa com a manutenção de agências. Não se trata, portanto, de um mau
negócio.
Mas para que o aporte se
concretize, é preciso demonstrar que os Correios terão capacidade de devolver
os empréstimos. Ainda que a garantia do Tesouro Nacional seja imprescindível,
nenhuma instituição, nem pública nem privada, pretende desembolsar R$ 20 bilhões
à vista para a estatal.
O desenho avaliado
internamente na Caixa é de um empréstimo-ponte inicial que apenas daria a
ignição ao plano de reestruturação. A quantia seria bem menor do que almejam os
Correios e não passaria de R$ 2 bilhões ou R$ 3 bilhões.
Em fases posteriores, os
Correios poderiam captar recursos também de privados. Procurada, a Caixa não
quis se manifestar. A assessoria dos Correios informou que “o empréstimo segue
em negociação e não comentaremos até a sua formalização”.
Tribuna do Norte

Nenhum comentário:
Postar um comentário