quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Oposição na ALRN critica processo contra ex-presidente Bolsonaro


O julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-auxiliares de sua gestão, carece de legitimidade, no entendimento de parlamentares de oposição na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

O líder do PL, deputado estadual Tomba Farias, criticou o fato de ministros da 1ª Turma da Suprema Corte não terem declarado suspeição para julgar uma suposta tentativa de golpe: “A justiça hoje julga de acordo com o que ela quer. Se não estamos vivendo uma ditadura, eu gostaria de entender como é que um juiz (Cristiano Zanin) que está julgando o ex-presidente Bolsonaro era o advogado do presidente Lula. Outro que está julgando o ex-presidente Bolsonaro é o ministro Dino que vestia a camisa de Lula e chamava Bolsonaro de corrupto e ladrão”.

Tomba Farias também se contrapôs, no decorrer da sessão da quarta-feira (10), declarações do líder do governo do Estado, Francisco do PT, de que durante o governo Bolsonaro havia fome no país. “Se o deputado Francisco não está sabendo que o povo do Rio Grande do Norte está passando fome, convido ele para andar comigo para ver o que o povo está comendo. O povo cansou de esperar a picanha e a cerveja que Lula prometeu”, comparou.

O parlamentar municipalista destacou também que a luta do Partido Liberal e das demais forças de direita “é para evitar que a implantação da ditadura no Brasil aconteça. A esquerda quer transformar a história do Brasil numa Venezuela”.

Farias entende que o ex-presidente Bolsonaro está sendo julgado por um crime que não cometeu. “Como vai se falar em golpe de estado se ninguém tinha uma bazuca , uma metralhadora, não tinha nenhum tipo de arma?”, questionou, acrescentando: “ O MST invadiu o Congresso Nacional, quebrou tudo, com foi foice e tudo mais, e não foi ninguém preso até hoje”.

Ainda direcionando críticas ao Judiciário brasileiro, o deputado disse que a justiça, no passado recente, “soltou um ladrão” e agora tenta prender um “homem honesto e digno.”

Para o líder do PL o país “está vivendo em plena ditadura, implantada por este partido (PT), inclusive, a dificuldade que tinha de caminhar e resolver os nossos problemas juridicamente nesse país acabou”.

O deputado Coronel Azevedo (PL) somou-se às declarações do companheiro de partido, elogiando a postura do ministro Luiz Fux, que votou pela nulidade de todo o processo que “muitos chamam de farsa da trama golpista”, levantando a preliminar de incompetência do Supremo Tribunal Federal para julgar Jair Bolsonaro, que “não se encaixa no que determina a Constituição Federal”.

Coronel Azevedo criticou o STF ao mudar entendimentos da lei e sem interpretar “a lei que é a vontade do povo expressa por seus representantes. O Congresso escreveu a Constituição e não vale o texto da lei, vale a interpretação que a cada momento os togados, a sua bel-conveniência, vai dando ao longo do tempo”.

A deputada Terezinha Maia (PL) disse que Jair Bolsonaro “tem a marca de melhor presidente do Brasil e para os municípios, a esquerda quer eliminá-lo, porque sabe que ele é muito forte” para a disputa presidencial em 2026.

O deputado Adjuto Dias (MDB) também acompanhou o posicionamento de Tomba Farias, que foi contestado por Francisco do PT em virtude da alegação de o país está vivenciando uma ditadura: “É interessante a relativização das circunstâncias e das situações e como cada um molda seu pensamento à narrativa que lhe convém”.

Adjuto Dias alertou que “em tempos passados, até na época da Guerra Fria houve realmente uma ditadura miliar no Brasil, mas haviam esses guerrilheiros que atentaram contra a vida de outras pessoas, sequestraram embaixadores e assaltaram bancos, tudo pra financiar a colocação de um outro regime contrário, não era lutando pela democracia, ninguém ali lutava pela democracia não.”.

O deputado Francisco do PT dizia que o presidente Lula e vários segmentos da sociedade “lutaram por anistia para quem foi perseguido por uma ditadura militar implantada no país, é diferente de hoje. Os que estão querendo anistia hoje são os que queriam aplicar um golpe para perseguir um setor da sociedade e para implantar uma ditadura”.

“É uma comparação descabida. Anistia para quem foi perseguido e anistia para quem queria dar um golpe”, arguia Francisco, para quem “o problema é que Bolsonaro perdeu a eleição e não quis admitir. Ficou botando culpa em urna eletrônica. A mesma que elegeu o governador de São Paulo, Tarcísio.”.

Tribuna do Norte

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