O turismo internacional no Rio
Grande do Norte cresceu 26,57% de janeiro a novembro de 2025 em comparação com
o mesmo período do ano passado. Em números absolutos, o estado registrou a
chegada de 28,7 mil visitantes vindos de outros países neste ano no período
mencionado. De acordo com entidades do trade turístico, os resultados são
positivos para a economia local, mas o estado ainda carece de investimentos
para maior competitividade.
Os dados são da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur). De acordo com o levantamento, entre os estados nordestinos, o RN teve o terceiro menor percentual de crescimento, superando apenas Ceará (20,6%) e Alagoas (22,5%). Os maiores resultados foram obtidos pelo Maranhão (620%), Paraíba (159,3%) e Bahia (50,1%), embora nos dois primeiros o números absolutos são inferiores ao RN.
O presidente da Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RN), Edmar Gadelha, avalia que o
resultado do estado acompanha um aumento do fluxo turístico internacional no
país. Ele atribui o cenário às ações de promoção do poder público e à melhoria
na conectividade aérea. “Nós percebemos um aumento da média ocupacional dos
hotéis em relação a esse turismo internacional e tivemos um crescimento mais
expressivo, especialmente proveniente do mercado argentino, que é o nosso
principal mercado emissor internacional”, completa.
Em todo o país, foram
registradas 8,3 milhões de entradas de turistas, sendo 3,1 milhões vindos da
Argentina. No RN, dos 28,7 mil visitantes, a maior parte também veio do país
sul-americano: 11,3 mil. Na sequência, aparecem no ranking dos principais emissores
Portugal (7,3 mil), Itália (2,4 mil), França (1,6 mil) e Espanha (1,3 mil).
Para dezembro, as expectativas
também são positivas, segundo o presidente da ABIH-RN. Até novembro deste ano,
a associação já tinha projetado uma ocupação de 76% para dezembro, 78% para
janeiro, 89% para o Réveillon e 79% para o Natal.
Para o presidente da
Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav/RN), Antônio Neto, o
crescimento representa um impacto positivo para o setor de agências de viagens
e para o fortalecimento do turismo receptivo. No mercado das agências, em
especial, ele destaca que o avanço reflete na demanda por serviços como os
pacotes organizados e traslados.
Em relação aos países com mais
emissões para o estado, Antônio Neto avalia que o ranking reflete a proximidade
cultural, histórica e a conectividade entre os países com o Brasil.
A Fecomércio/RN atribui os
números à desvalorização cambial e à promoção do estado no exterior. A entidade
destaca que o total de chegadas de turistas estrangeiros nos últimos 11 meses
já supera o total de desembarques estrangeiros no estado nos anos fechados do
período pré-pandemia, de 2018 (28.127) e 2019 (26.551).
Competitividade ainda é
desafio para o RN
Embora o Rio Grande do Norte
tenha registrado aquecimento do turismo internacional ao longo deste ano, Edmar
Gadelha observa que o crescimento mais expressivo do setor depende do aumento
de investimentos para promoção e divulgação.
Conforme aponta o presidente
da ABIH, o fortalecimento da cooperação junto às principais operadoras do país,
além de uma política fiscal para isenção do querosene de aviação (QAV), são
algumas iniciativas que dependem de mais recursos e poderiam melhorar a imagem
do estado como destino.
“O que existe, na realidade, é
que nós temos mais procura do que venda efetiva. Ou seja, o destino é
consolidado como procurado e está entre os cinco primeiros lugares do Brasil,
mas não enxergamos a conversão dessa busca tão expressiva em vendas, justamente
pela falta de competitividade que temos em relação aos outros estados”,
argumenta.
A Secretaria de Turismo do
Estado (Setur/RN) reconhece que o turismo internacional é uma disputa
competitiva entre os estados do Nordeste, mas reitera que a pasta e a
Emprotur/RN têm intensificado ações de promoção. “Realizamos ações de
capacitação com operadores e agentes de viagens no exterior, fortalecemos
parcerias com companhias aéreas para ampliação de rotas e trabalhamos de forma
integrada com a Embratur, o trade turístico e o setor privado”, disse a pasta
por meio de nota.
Segundo Antônio Neto, o
desempenho do RN em relação aos demais estados do Nordeste se deve a alguns
desafios estruturais. É o caso da necessidade de ampliação e diversificação da
malha aérea internacional e promoção com foco em mercados estratégicos. “Esses
fatores são determinantes para que o RN consiga competir em igualdade com
outros estados do Nordeste que avançaram mais rapidamente na atração do turista
internacional”, ressalta.
Tribuna do Norte

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