Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Sindicatos de trabalhadores
dos Correios de algumas das maiores bases de funcionários da estatal aprovaram
na terça-feira (16) greve geral por tempo indeterminado. A paralisação entrou
em vigor às 22h. Foram aprovadas greves em Minas Gerais, Paraná, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba, com o aval das respectivas
direções sindicais locais. Em São Paulo, os trabalhadores aprovaram a
paralisação contra a orientação da direção do sindicato paulista.
Também decretaram greve na terça-feira as bases de Vale do Paraíba (SP), Campinas (SP), Santos (SP) e Londrina (PR). As paralisações foram anunciadas pelos sindicatos depois de cada base ter realizado assembleia local. Associações de trabalhadores dos Correios de todo o país já haviam aprovado durante as últimas duas semanas indicativos de greve após as representações sindicais não terem chegado a um consenso com a estatal sobre o novo ACT (acordo coletivo de trabalho).
Outros 12 sindicatos decidiram
por manter o estado de greve – alerta que indica que os trabalhadores estão
mobilizados e se preparando para uma paralisação: Amazonas, Bahia, Distrito
Federal, Maranhão, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul,
Roraima, Santa Maria (RS) Juiz de Fora (MG), Bauru (SP).
Funcionários dos Correios
cobram a direção da empresa por reajustes e um benefício de fim de ano
conhecido como “vale-peru”. Também reclamam de não ter havido nenhuma proposta
de reajuste baseada na inflação. Alegam não serem culpados pela crise que a empresa
atravessa e que tampouco podem ser sacrificados por isso.
Os trabalhadores querem manter
benefícios como o adicional de 70% de férias, pagamento de 200% nos finais de
semana e a concessão do vale-peru de R$ 2.500. Os Correios argumentam que a
situação da estatal não permite.
Desde a última quinta-feira
(11), o TST (Tribunal Superior do Trabalho) vem conduzindo reuniões de mediação
com representantes sindicais e da direção da estatal. Houve um encontro na
semana passada, um na segunda-feira (15) e outro na terça-feira (16). Ainda não
há acordo.
A discordância já se arrasta
desde julho, quando venceu o atual ACT, negociado pela diretoria anterior da
estatal. O acordo vigente vem sendo prorrogado desde então.
Os Correios têm prorrogado o
ACT no momento em que a situação financeira da empresa se agrava. A estatal,
que apresenta prejuízo de R$ 6,1 bilhões no acumulado até setembro, tentou
fechar um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos e com garantia do Tesouro
Nacional. A operação foi rejeitada pelo órgão.
Agora, está em análise no
Ministério da Fazenda uma proposta de empréstimo de R$ 12 bilhões, que entrará
no plano de reestruturação da estatal.

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