O SENAI-RN planeja formar, em
2026, 800 jovens aprendizes para indústrias do Rio Grande do Norte e vai
ofertar, no período, novas possibilidades de qualificação alinhadas às demandas
do setor.
O número corresponde a projeções de atendimento pelo Programa de Aprendizagem, regulamentado pela Lei 10.097/2000, e representa uma ampliação de 70,21% nas vagas em relação às registradas em 2025.
A previsão é que 29 turmas
sejam abertas para a formação de jovens aprendizes na instituição, no próximo
ano, de acordo com a necessidade das empresas. O início das aulas está
programado para diferentes períodos, a partir de 2 de fevereiro.
Os novos cursos que serão
disponibilizados e o calendário de vagas proposto para o primeiro e o segundo
semestres foram apresentados no “Encontro de Aprendizagem Industrial – Formando
agentes de transformação”, realizado no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) da
instituição em Natal.
A lista de formações anunciada
pelo SENAI contempla, como novidades, o Técnico em Eletromecânica e formação
básica de Eletricista de Manutenção, Assistente de Logística e Assistente de
Gerenciamento de Obras.
Opções já tradicionais, como
Costureiro Industrial do Vestuário e Operador Polivalente Têxtil – que estão no
rol das ocupações mais procuradas por empresas no estado – também continuarão
disponíveis.
O Encontro reuniu
representantes da Unidade de Educação do SENAI e de indústrias que atuam na
capital e na Região Metropolitana. Uma gravação em vídeo será disponibilizada
no YouTube: https://www.youtube.com/@senairn5616.
Aprendizes
A Aprendizagem Profissional é,
segundo o governo federal, uma política pública de inclusão de adolescentes e
jovens de 14 a 24 anos, e de pessoas com deficiência – sem limite de idade – no
mercado de trabalho.
Dados do Ministério do
Trabalho e Emprego mostram, até outubro deste ano, cerca de 8,7 mil aprendizes
no Rio Grande do Norte, com salário médio real de admissão de R$ 836,56.
Na distribuição por setores da
economia, 17,4% estão na agropecuária, 13,2% nos serviços, 11,6% na construção
civil, 7% no comércio e 2,4% na indústria.
“O nosso objetivo com esse
Encontro é discutir, refletir e analisar, para começar 2026 com uma atuação
mais estreita com a indústria e com assertividade nos cursos que estamos
propondo para o jovem aprendiz”, disse, na abertura do evento, a coordenadora de
Educação do SENAI em Natal, Marcela Duarte.
Ela ressaltou a importância de
as empresas conhecerem mais de perto o trabalho do SENAI e saberem que a
instituição possui um portfólio diversificado, alinhado às demandas do mercado.
“O SENAI é uma instituição
focada na indústria e tem o objetivo de qualificar profissionais para o mercado
de trabalho. Nós não atuamos só com a Aprendizagem. Temos cursos nas áreas de
Alimentos, Gestão, Vestuário, Construção Civil, Elétrica, Refrigeração,
Mecânica, Segurança do trabalho e Energias renováveis”, acrescentou. “Vamos
muito além do curso de assistente administrativo, que as empresas solicitam
bastante.”
Por lei, empresas com pelo
menos sete empregados em funções que demandem formação profissional são
obrigadas a contratar aprendizes, em números que variam de acordo com cotas
mínimas e máximas por estabelecimento.
Os aprendizes são admitidos
por meio de um regime especial de trabalho. Pelo Programa, as empresas garantem
a eles formação técnico-profissional em instituições formadoras, como o SENAI,
e oferecem atividades práticas no próprio ambiente de trabalho, com carteira
assinada e todos os direitos trabalhistas e previdenciários.
“O Programa permite que as
empresas cumpram uma obrigação legal, mas também que formem novos talentos, que
evitem custos com rescisões e se tornem socialmente mais responsáveis, ao mesmo
tempo em que oferecem aos jovens o que muitas vezes é a primeira experiência no
mercado de trabalho”, observou a supervisora pedagógica do SENAI, Magda
Cardoso.
Anaclécia Gonçalves, analista
de Educação e interlocutora do Programa Jovem Aprendiz no Departamento Regional
do SENAI-RN, ressaltou a importância da “fase escolar” dos jovens no Programa e
do acompanhamento das atividades que realizam nas empresas.
“A gente sempre orienta a
empresa que deixe para fazer a fase prática subsequente à formação escolar. Por
quê? Porque dentro de todos os módulos específicos, eles têm teoria e prática
associadas, laboratório e sala de aula. E, no final, quando ele vai para a
empresa, já vai com a formação completa. A empresa está pegando uma mão de obra
para lá de qualificada”, observa.
Ela também destacou que o
acolhimento adequado desses profissionais faz toda a diferença. “Um bom
acolhimento muda toda a história desse jovem. Eles se sentem mais assistidos,
começam a se sentir mais felizes. A sensação é de: ‘opa, tô fazendo algo (sic),
vou ser lembrado’.”
Apenas na capital potiguar,
entre 500 e 600 estudantes, em média, participam de turmas de Aprendizagem
Industrial por ano no SENAI – em formações diversas que suprem necessidades das
empresas e são oferecidas à população de forma gratuita.
Oportunidades
Indústrias que participaram do
Encontro apontaram áreas que carecem de profissionais qualificados e citaram
exemplos de jovens que foram efetivados após o Programa.
“Temos profissionais com 15,
17 anos de casa, que foram aprendizes”, disse Cássia Melo, gerente
administrativa da fabricante de balas e pirulitos Simas Industrial, uma das
participantes do evento. “O jovem que passa por um curso de Aprendizagem chega
ao mercado de trabalho com uma qualificação diferenciada”, acrescentou.
A Simas tem entre 35 e 40
aprendizes hoje, em áreas como promoção de vendas, auxiliar de produção e
administrativa. “E temos espaço, independentemente da cota prevista em lei para
contratação, para o desenvolvimento desses profissionais”, ressaltou a gerente.
Jussiara Alves, da supervisão
do Departamento Pessoal e de Recursos Humanos da Plano Urbanismo – grupo que
atua em segmentos como construção civil e frigorífico – explica que a empresa
tem jovens aprendizes tanto na construção civil quanto na indústria, em setores
como logística, informática, manutenção e administrativo. “Hoje são 16 jovens
aprendizes, e eu tenho aprendiz que já tem vaga garantida como profissional
quando finalizar o curso.”
Alane Deane Castro da Silva,
22, está entre os ex-alunos do SENAI que garantiram vaga no mercado após a
experiência como jovem aprendiz em uma indústria têxtil. Dentro da indústria,
ela começou a trajetória como Operadora Polivalente Têxtil. Depois, foi efetivada
como instrutora. “Meu objetivo é ir dando um passo de cada vez e seguindo o meu
caminho. Pretendo, cada vez mais, subir um degrauzinho a mais”, disse.
Tribuna do Norte

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