Sinduscon: variação no custo da mão de obra não foi definida e, portanto, não incluída no cálculo, o que influenciou nos dados do RN | Foto: Adriano Abreu
O Rio Grande do Norte é o
estado do Nordeste com a menor variação anual acumulada no custo médio por
metro quadrado da construção civil. Até novembro deste ano, o percentual foi de
3,71%, dado inferior à média regional e nacional, de 5,31% e 5,09%, respectivamente.
Já o valor médio em reais ficou em R$ 1,7 mil no mês de referência. Os dados
são do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil
(Sinapi), levantados pelo IBGE.
Os estados com os três maiores percentuais acumulados no Nordeste foram Ceará (7,41%), Alagoas (6,75%) e Paraíba (6,35%). No recorte regional (5,31%), a região figura com o terceiro maior percentual médio acumulado, ficando atrás somente do Centro-Oeste (5,85%) e do Sul (5,62%).
Considerando apenas a variação
do custo médio em novembro, a região teve o segundo menor crescimento, com
0,16%, superior ao do Centro-Oeste (0,14%). Já o Rio Grande do Norte apresentou
o terceiro menor crescimento, com 0,03%, ficando atrás de Alagoas (0,01%) e
Pernambuco (0,02%).
O vice-presidente do Sindicato
da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN), Francisco Ramos, explica que o
percentual do Rio Grande do Norte ainda não corresponde à realidade. Isso
porque a variação do custo da mão de obra no Estado é ajustada em outubro, mas
o sindicato e as entidades representativas dos trabalhadores ainda estão em
fase final de negociação. Sendo assim, essa demora acabou influenciando nos
dados. A expectativa, de acordo com o vice-presidente, é que o reajuste já
esteja definido em janeiro.
Com a definição, ele aponta
que o percentual deve se aproximar da média nacional em janeiro de 2026. “Em
novembro do ano passado aconteceu a mesma situação. O reajuste da mão de obra
ainda não tinha sido definido e não entrou na coleta de valores. Então, se o
IBGE está coletando qual é o preço da mão de obra no Rio Grande do Norte no mês
de novembro, ainda consta o mesmo preço de janeiro de 2025”, completa
Francisco.
A mudança no custo da mão de
obra, explica o vice-presidente, também vai interferir no custo médio de R$ 1,7
mil por metro quadrado. Apesar disso, ele esclarece que os custos mantiveram
competitividade ao longo do ano, com variações baixas na comparação com outros
estados da região Nordeste.
Ele observa, por outro lado,
que a relação oferta-demanda é o que tem gerado aumento no custo do aluguel em
Natal. “Os alugueis em Natal têm se elevado acima da inflação pela falta de
imóveis para alocação. Isso porque há uma demanda maior do que a oferta. Quando
essa variação de custos ultrapassa a inflação, não é interessante para o
mercado da construção civil, porque usualmente a variação das recuperações
salariais é feita através do índice da inflação”, explica.
Para 2026, o vice-presidente
do Sinduscon/RN esclarece que a variação do custo de construção deve ser um
pouco maior do que o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).
Construção Civil
Dados do Sinapi relativos à região Nordeste do Brasil
Variação percentual no ano do
custo médio por metro quadrado
RN – 3,71
Paraíba – 6,35
Pernambuco – 4,50
Alagoas – 6,75
Sergipe – 4,76
Bahia – 4,64
Maranhão – 5,09
Piauí – 4,14
Ceará – 7,41
Custo médio por metro quadrado
em R$
RN – 1.747,25 (5º)
Paraíba – 1.836,57 (9º)
Pernambuco – 1.673,03 (2º)
Alagoas – 1.717,82 (3º)
Sergipe – 1.670,98 (1º)
Bahia – 1.733,96 (4º)
Maranhão – 1.829,60 (8º)
Piauí – 1.765,21 (6º)
Ceará – 1.786,91 (7º)
Variação percentual do custo
médio por metro quadrado (novembro)
RN – 0,03
Paraíba – 0,12
Pernambuco – 0,02
Alagoas – 0,01
Sergipe – 0,15
Bahia – 0,06
Maranhão – 0,45
Piauí – 0,12
Ceará – 0,34
Tribuna do Norte

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