Ubaldo Fernandes disse que o melhor para todos, inclusive à população, seria Walter assumir | Foto: Eduardo Maia
A indefinição do
vice-governador Walter Alves (MDB) sobre assumir o Governo do Rio Grande do
Norte em caso de afastamento da governadora Fátima Bezerra (PT) para disputar
as eleições de 2026 começa a produzir reflexos diretos nas articulações
políticas para o próximo pleito. Um dos impactos mais imediatos atinge o
deputado estadual Ubaldo Fernandes (PSDB), que vinha dialogando com o MDB sobre
uma possível mudança de partido, mas agora admite reavaliar o movimento diante
do cenário de incerteza.
Segundo Ubaldo, as conversas com o MDB estavam avançadas, sobretudo em torno da formação da nominata para a Assembleia Legislativa. No entanto, o deputado condiciona a mudança ao comando do Executivo estadual por Walter Alves. “Vínhamos tendo várias conversas sobre essa nominata para a Assembleia Legislativa, mas com a condição do vice-governador assumir o governo. Agora, diante da possibilidade dele concorrer a uma vaga de deputado estadual, o quadro muda e é preciso uma nova análise”, afirmou.
Para o parlamentar, a
definição sobre o futuro de Walter é central não apenas para os arranjos
partidários, mas também para a estabilidade administrativa do Estado. Na
avaliação de Ubaldo Fernandes, o melhor caminho seria o vice-governador assumir
o Executivo, caso Fátima Bezerra se desincompatibilize do cargo para concorrer
em 2026. “Eu acredito que o melhor para todos, inclusive à população, seria
Walter assumir, para que não houvesse uma instabilidade com uma busca de um
chefe do Executivo indo para a linha sucessória, visto que outros na linha de
sucessão também não demonstram interesse de assumir o cargo”, disse.
A possibilidade de Walter
Alves optar por disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, em vez de assumir
a gestão estadual, também pesa diretamente nos planos eleitorais de Ubaldo. “É
outro contexto que precisa ser bem analisado, porque precisamos ingressar numa
nominata que nos traga melhor possibilidade de reeleição e vemos tudo como
muito incerto no momento. Precisamos de condições mais sólidas para definir
nosso rumo partidário”, pontuou. Na Assembleia Legislativa, o deputado Dr.
Bernardo (PSDB) é outro que também estuda a mudança de partido para o MDB, mas
não foi possível o contato com ele.
Enquanto aliados e potenciais
correligionários aguardam uma sinalização mais clara, Walter Alves mantém o
discurso de cautela. O vice-governador retorna de Brasília nesta quinta-feira
(18), após cumprir, desde a terça-feira (16), agenda política que incluiu
reunião com o presidente nacional do PT e outras lideranças, em meio às
discussões sobre o futuro do governo e as alianças para 2026. O encontro
ilustra o esforço de articulação do vice-governador tanto com o MDB quanto com
partidos aliados da base governista.
Em entrevista concedida à
InterTV, Walter Alves confirmou o diálogo com a direção nacional do PT, mas
evitou antecipar qualquer decisão. “Com relação ao presidente do PT, tivemos
uma boa reunião, conversamos sobre política, sobre o MDB do Rio Grande do Norte
e marcamos outras reuniões no decorrer do próximo ano”, afirmou.
Questionado se permanecerá no
governo ou disputará outro cargo nas próximas eleições, o vice-governador
reforçou que a definição será coletiva. “Nós estamos conversando com o nosso
partido, o MDB, no Rio Grande do Norte. Nós temos mais de 40 prefeitos, mais de
30 vice-prefeitos, mais de 300 vereadores. Nós temos deputados que estão
conosco nesse projeto. Nós vamos escutar todos para, no momento certo, na hora
certa, tomarmos a decisão”, disse.
Sobre a possibilidade de
disputar uma vaga de deputado estadual, Walter manteve o mesmo tom. “Isso aí
nós vamos conversar com o partido, porque tudo isso é nominado. Então, nós
temos que conversar, dialogar, conversar.”
A Tribuna do Norte tentou
contato com o vice-governador para que ele esclarecesse diretamente os próximos
passos e a possibilidade de assumir o Executivo estadual, mas não obteve
retorno até o fechamento desta matéria.
Enquanto a decisão não é
anunciada, o impasse segue influenciando o xadrez político do Rio Grande do
Norte, travando definições partidárias e ampliando a expectativa sobre quem
comandará o Estado no cenário de uma eventual saída de Fátima Bezerra para a disputa
eleitoral de 2026.
Tribuna do Norte

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