Dessa forma, o IPCA volta para
o limite da meta do governo, de até 4,5% no acumulado de 12 meses. O índice
chegou a ficar 13 meses fora do intervalo de tolerância.
Nos 12 meses terminados em
outubro, o IPCA era de 4,68%. Em abril deste ano, o acumulado chegou a marcar
5,53%.
Os dados foram divulgados
nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O resultado de novembro é o
menor para o mês desde 2018, quando a variação foi de -0,21%.
Em outubro, o IPCA havia sido
de 0,09%. O principal impacto para a aceleração de outubro para novembro foi o
preço das passagens aéreas, que subiu 11,9%, representando 0,07 ponto
percentual (p.p.) da inflação total do mês.
Veja o comportamento dos
grupos pesquisados pelo IBGE:
Alimentação e bebidas: -0,01%
(0,00 p.p.)
Habitação: 0,52% (0,08 p.p.)
Artigos de residência: -1,00%
(-0,03 p.p.)
Vestuário: 0,49% (0,02 p.p.)
Transportes: 0,22% (0,04 p.p.)
Saúde e cuidados pessoais:
-0,04% (0,00 p.p.)
Despesas pessoais: 0,77% (0,08
p.p.)
Educação: 0,01% (0,00 p.p.)
Comunicação: -0,20% (-0,01
p.p.)
Dentro do grupo despesas
pessoais, o subitem hospedagem subiu 4,09% em novembro. A explicação está na
alta de 178% registrada em Belém, cidade que recebeu no mês a 30ª Conferência
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). A corrida por acomodação
pressionou os preços na cidade.
A energia elétrica residencial
subiu 1,27% no mês, representando impacto de 0,05 ponto percentual puxada
por reajustes tarifários em algumas concessionárias (Goiânia, Brasília, São
Paulo e Porto Alegre).
A conta de luz é o preço que
mais fez a inflação subir no ano e nos últimos 12 meses. Em 2025, o custo
sobe 15,08%. Em 12 meses, 11,41%. Dos 4,46% do IPCA em 12 meses, 0,46 ponto
percentual é explicado pela energia elétrica.
No grupo alimentação e
bebidas, os subitens que mais ajudaram a baixar a inflação em dezembro foram:
Leite longa vida: -4,98%
Tomate: -10,38%
Arroz: -2,86%
Café moído: -1,36%
Meta
A meta de inflação do governo
é de 3% em 12 meses, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para
menos, ou seja, no máximo 4,5%.
Desde o início de 2025, o
período de avaliação da meta é referente aos 12 meses imediatamente passados e
não apenas o alcançado no fim do ano (dezembro). A meta é considerada
descumprida se estourar o intervalo de tolerância por seis meses seguidos.
O boletim
Focus da última segunda-feira (08), sondagem do Banco Central (BC) com
agentes do mercado financeiro, estima que a inflação oficial ao fim de 2025
será de 4,40%.
De acordo com o gerente da
pesquisa, Fernando Gonçalves, se a inflação de dezembro ficar em até 0,56%, o
país fechará o IPCA dentro do limite máximo da meta do governo. O resultado de
dezembro será conhecido em 9 de janeiro.
Gonçalves adianta que um
impacto de baixa nos preços já conhecido é o patamar da bandeira tarifária na
conta de luz. Em novembro bandeira vermelha 1. Em dezembro, está vigente a amarela.
Com isso, os consumidores
terão custo extra de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Já
na vermelha nível 1, o extra era de R$ 4,46.
Na noite desta quarta-feira, o
Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciará a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano ─
maior patamar desde julho de 2006 (15,25%).
A trajetória de alta começou
em setembro do ano passado, por causa da preocupação do BC com a escalada da
inflação.
O juro alto encarece o crédito
e desestimula investimentos e o consumo, dessa forma, funciona como um freio na
economia, reduzindo a procura por produtos e serviços e, consequentemente,
esfriando a inflação.
O IBGE desagrega o IPCA em
dois grupos, o de serviços, que traz os preços que sofrem mais influência do
aquecimento ou esfriamento da economia - ou seja, mais suscetíveis à taxa Selic
- e o de preços monitorados, que costumam ser controlados por contratos, e os
combustíveis.
O grupo de serviços ficou em
0,60% em novembro. O monitorados, em 0,21%.
O índice
O IPCA apura o custo de vida
para famílias com rendimentos entre um e 40 salários mínimos. Ao todos, são
coletados preços de 377 subitens (produtos e serviços). Atualmente o salário
mínimo é de R$ 1.518.
A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas - Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre - além de Brasília e nas capitais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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