O local foi o maior porto
escravagista do mundo, onde desembarcaram mais de 500 mil pessoas escravizadas.
Hoje, o cais é reconhecido por lei como patrimônio histórico-cultural
afro-brasileiro essencial à formação da identidade nacional.
Fazem parte da iniciativa o
livro e a galeria digital Valongo: Justiça pela Memória do Cais, que podem
ser acessados no site do projeto.
A galeria é composta por
aquarelas feitas pela servidora Maria Clara Teixeira de Assis da Assessoria de
Comunicação Social do Conselho da Justiça Federal (Ascom/CJF), que junto com
textos históricos convidam o público a refletir sobre o passado escravocrata e
o compromisso contemporâneo com a reparação histórica.
Já o livro traz a história do
Cais do Valongo, desde a construção, em 1811, até o reconhecimento como
Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (Unesco), em 2017.
O livro reúne pesquisa
histórica, documentação arqueológica, análise cultural e reflexões sobre
justiça, memória e reparação histórica. Ele pode ser baixado na íntegra no
site.
O projeto inclui, ainda, um
podcast com três episódios contendo entrevistas de historiadores, antropólogos
e representantes da Procuradoria-Geral da República, do Instituto Cultural
Palmares, da Defensoria Pública da União e do Instituto dos Pretos Novos.
De acordo com o CJF, a série
apresenta uma narrativa aprofundada sobre a escravização no Brasil e o papel do
Judiciário no combate às desigualdades históricas.
Todo o conteúdo estará
disponível em um site criado exclusivamente para reunir as produções do projeto
Valongo: Justiça pela Memória do Cais.
O projeto conta ainda com uma
exposição que ficará aberta ao público de 20 de novembro a 19 de dezembro, na
Galeria Cela do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), no centro do Rio de
Janeiro. A visitação é gratuita, de terça a domingo, das 11h às 19h.
No último dia 19 foi feito um
evento de lançamento, com a aula magna “Memória da Escravização: o papel da
Justiça Federal para a reparação histórica”, ministrada por juristas e
historiadores; a palestra “O impacto do protocolo para julgamento com perspectiva
racial na efetividade da Justiça” e a conferência “Escravização: o papel da
Justiça Federal na preservação da memória e na garantia de reparação”.
O evento está disponível
no Youtube.
Cais do Valongo
Localizado na zona portuária
do Rio de Janeiro, o Cais do Valongo foi o maior porto escravagista do mundo
entre os séculos 18 e 19. Estima-se que entre 500 mil e 1 milhão de africanos
escravizados tenham desembarcado ali antes de serem vendidos e levados a
diferentes regiões do Brasil.
Redescoberto em 2011, durante
as obras do Porto Maravilha, o Valongo foi reconhecido em 2017 como Patrimônio
Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(Unesco) e, em 2025, teve seu status reforçado pela Lei 15.203/2025, sancionada pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que o declarou patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro
essencial à identidade nacional.
O Cais do Valongo é
considerado símbolo de dor, resistência e memória, além de ser um marco de
consciência coletiva.
Agência Brasil

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