Corredor vai garantir escoamento da produção de energia do RN| Foto: Sandro Menezes
O Ministério de Minas e
Energia (MME) concluiu um estudo de planejamento que vai permitir a realização
do leilão de transmissão para o corredor expresso Bipolo Nordeste 2, com 2.500
km de extensão entre as cidades de Angicos (RN) e Itaporanga 2 (PR). Este será
o primeiro sistema em tecnologia VSC de longa distância no Brasil,
representando um avanço tecnológico inédito e um marco global na integração
segura de grandes blocos de energia renovável. O sistema VSC permite o controle
preciso de potência, facilitando a conexão de fontes intermitentes, como a
eólica e solar.
De acordo com o MME, a nova interligação Nordeste–Sul responde a necessidades estruturais do Sistema Interligado Nacional (SIN). A expectativa, conforme divulgado pelo ministério na última sexta-feira (14), é expandir a capacidade de exportação do Nordeste de 13 GW (2025) para 24 GW (2035), viabilizando até 60 GW de potência instalada em geração eólica e solar no Norte e Nordeste no horizonte decenal.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão foi guiada
por estudos estratégicos recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Além disso, a infraestrutura
reforça a flexibilidade e a estabilidade operativa do sistema elétrico
nacional, sendo mais resiliente a falhas sistêmicas e facilitando a conexão de
fontes intermitentes.
“Essa expansão fortalece pilares centrais do desenvolvimento elétrico
brasileiro, acelerando a transição energética de forma segura e eficiente de
fontes renováveis. Também garante mais segurança e resiliência operativa, além
de fomentar a competitividade industrial, com suporte à nova economia verde, à
produção de hidrogênio de baixa emissão e à instalação de data centers”,
afirmou o ministro.
O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Gustavo
Ataíde, destacou que o projeto também prevê elevar a capacidade de importação
da região Sul para 17 GW em 2033 e 18 GW em 2035. “Esse projeto amplia a
resiliência em cenários de escassez hídrica e assegura o atendimento à
crescente demanda regional, impulsionada por novas cargas industriais”, afirmou
Ataíde durante o evento Accelerating Action on Grids and Storage, realizado
durante a COP30, em Belém, na última sexta-feira (14).
Para a governadora Fátima Bezerra, os investimentos em infraestrutura de
transmissão de energia atendem às crescentes demandas do RN.
“A expansão das linhas de
transmissão é essencial para consolidar novos projetos de produção de energia
eólica e fotovoltaica no Rio Grande do Norte e no Nordeste. Já produzimos um
volume expressivo de energia que precisa ser escoado de maneira contínua e
segura. Então, esse anúncio do Governo Federal é uma conquista fundamental. O
Ministério atende a um pleito de todo o Nordeste e nos coloca em posição de
buscar novos investimentos”, disse a governadora.
O secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico (Sedec-RN), Hugo Fonseca,
também ressaltou a importância do projeto. “Atrelada a outras obras que estão
em execução, como os compensadores síncronos (dispositivos utilizados para
melhorar a eficiência e a confiabilidade das redes elétricas), esse conjunto de
obras de infraestrutura dará segurança ao sistema elétrico no Rio Grande do
Norte, justamente para poder escoar a nossa produção nas próximas décadas e o
RN receber mais investimentos nesse setor”, afirmou. “Isso irá viabilizar mais
de 60 GW de potência instalada em geração eólica e solar no RN e região
Nordeste, trazendo bilhões de reais em investimentos”, comemorou Fonseca.
Tribuna do Norte

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