Os investimentos foram
anunciados logo após o lançamento oficial do TFFF, na tarde desta quinta-feira (6)
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Cúpula do Clima, em Belém.
Segundo o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, a nova ferramenta financeira inova por combinar recursos
públicos e privados na forma de investimento, e não de doação.
“Há aporte de capital de
investidores, que vão ser remunerados por uma taxa básica. Esses recursos vão
ser emprestados e financiar projetos definidos pelo seu comitê. E a diferença
da taxa de juros, o spread do que é pago para o investidor e o que é
cobrado [de juros] do tomador [do empréstimo], vai servir de lastro para
financiar o pagamento desses serviços ambientais”, explicou Haddad.
De acordo com o ministro, além
de trazer uma estrutura que vai assegurar um sistema sustentável financeiro, há
regras que também garantem a continuidade das florestas em pé, com penalidades
aos países que descumprirem o requisito mínimo de participação no pagamento
pelos serviços ambientais.
Além disso, a ministra dos
Povos Indígenas, Sonia Guajajara, lembrou que 20% do pagamento desses serviços
que garantem a floresta em pé serão destinados aos povos indígenas e
comunidades locais. “Os povos indígenas tiveram uma participação ativa na construção
desse mecanismo”, destaca.
> Entenda como funciona o Fundo Florestas Tropicais para
Sempre
A ministra do Meio Ambiente e
Mudança do Clima, Marina Silva, comemorou o avanço do mecanismo financeiro em
tão pouco tempo. “Estou muito feliz de ver chefes de Estado do mundo todo
dizendo que essa é a COP da implementação, porque isso aqui [o TFFF] é implementação."
Durante o lançamento do fundo,
o presidente Lula afirmou que as florestas valem mais em pé do que derrubadas.
Segundo ele, o TFFF é uma ferramenta de financiamento inovadora para auxiliar
países a conservarem as florestas tropicais.
"Elas [as florestas]
deveriam integrar o PIB dos nossos países. Os serviços ecossistêmicos precisam
ser remunerados assim como as pessoas que protegem as florestas. Os fundos
verdes internacionais não estão à altura do desafio ", disse o presidente.
O secretário de Clima, Energia
e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Maurício
Lyrio, destacou que, com os aportes já divulgados e o anúncio da
Alemanha previsto para esta sexta-feira (7), um total de 53 países endossou a
declaração de apoio ao TFFF apresentada pelo Brasil na Cúpula do Clima.
Entre os países que endossaram
a declaração, figuram como potenciais investidores Alemanha, Armênia,
Austrália Áustria, Bélgica, Canadá, China Dinamarca, Emirados Árabes Unidos,
Finlândia, Irlanda, Japão, Mônaco, Países Baixos, Portugal, Reino Unido,
Suécia, além da União Europeia.

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