O valor era aguardado desde a
semana passada, quando o chanceler do país europeu, Friedrich Merz, que
participou da Cúpula do Clima, na capital paraense, se comprometeu com um valor "considerável" para o
instrumento financeiro lançado pelo Brasil para captar recursos que
remunere a manutenção das florestas de pé.
"Tivemos a alegria que a
Alemanha fez o anúncio do seu aporte (...) na ordem de 1 bilhão de euros para o
TFFF, graças a todo o esforço que vem sendo feito, numa demonstração de que, de
fato, esse instrumento de financiamento global é muito bem desenhado, muito bem
estruturado e que começa a dar as respostas", afirmou a ministra, em
declaração à imprensa, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, o valor total
já prometido ao TFFF ultrapassar os US$ 6,5 bilhões.
O TFFF vai combinar
investimento público e privado e prevê que os recursos sejam repassados a
países com florestas tropicais, para que trabalhem pela preservação dessas
áreas.
A proposta é que sejam
captados US$ 25 bilhões de recursos púbicos por parte dos países investidores.
Assim, espera-se que o aporte seja um atrativo para alavancar o capital da
iniciativa privada e, com isso, reunir US$ 125 bilhões a serem investidos na
conservação das florestas tropicais.
Lula na COP30 e combustíveis
fósseis
O presidente passou o dia em
Belém, se reunindo com diferentes grupos negociadores da 30ª Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), para destravar as negociações
em torno de acordos sobre adaptação climática, transição justa e o desenvolvimento
de um mapa do caminho para a redução do consumo de combustíveis fósseis - os
principais emissores dos gases que causam o aquecimento da atmosfera,
resultando nas mudanças climáticas que abalam a vida no planeta.
Lula esteve na abertura na
COP30, no dia 10 de novembro, e retornou ao evento dois dias antes de seu
término, em um esforço para avançar em consensos sobre esses tópicos.
"O senhor veio abertura
na COP, na Cúpula [do Clima] e, agora, nessa fase decisiva. É uma demonstração
do seu empenho com um dos maiores desafios que a humanidade teve que enfrentar,
que é o problema da mudança do clima, sobretudo olhando para os mais
vulneráveis", destacou Marina Silva.
Em sua declaração a
jornalistas, Lula comentou sobre a expectativa de aprovação de acordo
sobre a eliminação gradual do consumo de combustíveis fósseis.
"É preciso a gente
mostrar, para a sociedade, que nós queremos, sem impor nada a ninguém, sem
determinar um prazo, que cada país seja dono de determinar coisas que possa
fazer, dentro do seu tempo e das suas possibilidades, mas que nós estamos falando
sério. É preciso que a gente diminua a emissão de gases do efeito estufa",
afirmou.
O presidente reforçou que os
líderes dos países precisam compreender que, sem refletir a aspiração do
povo, a democracia e multilateralismo perderão credibilidade na sociedade.
"A questão do clima não é
mais apenas uma visão acadêmica, não é mais uma visão de mais dúzia de
intelectuais, de meia dúzia de ambientalistas. A questão climática é uma coisa
muita séria que coloca em risco a humanidade. É por isso que tratamos isso com
muita seriedade", reforçou.
O presidente destacou ainda a necessidade
de os países ricos ajudarem os mais pobres, com recursos, transferência de
tecnologia, e voltou a pedir que os bancos multilaterais
transformem dívida em investimentos na proteção do meio ambiente.
"Precisamos convencer as
pessoas. Empresas têm que pagar uma parte, as mineradoras, as pessoas que
ganham muito dinheiro têm que pagar uma parte disso", disse.
Após passar o dia em Belém,
Lula retornou a Brasília.
O presidente viaja a São Paulo
nesta quinta-feira (20) e, no dia seguinte, embarca para a Cúpula do G20, na
África do Sul.
Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário