Os detalhes foram anunciados
nesta quinta-feira (9), em evento na região que contou com a presença do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Jerônimo Rodrigues, da
presidente da Petrobras, Magda Chambriard, além de ministros e centenas de trabalhadores
do estaleiro.
"Estou aqui para
recuperar a indústria naval brasileira, mas os caras que deixaram um estaleiro
dessa magnitude parado deveriam ser presos por causarem prejuízos à população
brasileira", afirmou Lula durante o anúncio do investimento bilionária
para retomar o projeto.
Pela manhã, em Camaçari, na
região metropolitana de Salvador, Lula participou da inauguração da nova fábrica de veículos elétricos
e híbridos da chinesa BYD, na antiga fábrica da Ford, fechada em 2021.
As seis embarcações são do
tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel, em inglês), especializadas em atividades
de controle de vazamentos em alto-mar, e serão construídas pela empresa
navegação CMM Offshore Brasil, para depois serem repassadas para uso da Petrobras.
O investimento total é
estimado em R$ 2,58 bilhões, com previsão de quatro anos para construção e
12 anos de operação para cada contrato. Apenas nessa construção, mais de
5,4 mil empregos, entre diretos e indiretos, serão gerados. Os contratos também
exigem 40% de conteúdo local nos componentes usados na fabricação dos barcos.
"Só para lembrar vocês,
nós ficamos 8 anos sem que a Petrobras fizesse uma única demanda à indústria
naval brasileira. O que nós estamos retomando, portanto, não tem preço",
destacou Magda Chambriard.
Segundo a presidente da
Petrobras, a companhia já avançou na contratação de 44 de 48 embarcações
planejadas para fabricação no Brasil, em diferentes estaleiros do país. Os
barcos, segundo ela, têm porte médio a grande, acima de 1 mil metros quadrados
de área livre. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME), a
renovação da frota naval no Brasil deve gerar 44 mil empregos e R$ 23 bilhões
em investimentos.
De acordo com a estatal, as
embarcações que serão construídas na Bahia serão equipadas com um sistema de
propulsão híbrida, que combina motores elétricos e baterias com geradores
movidos a diesel e biodiesel, além da possibilidade de conversão futura para
etanol, capazes de reduzir em até 25% de emissões de dióxido de carbônico
(CO2), o principal gás causador do efeito estufa.
Durante o evento, o Ministério
de Portos e Aeroportos anunciou investimento de R$ 611,7 milhões para a
construção de 80 embarcações destinadas à expansão das atividades no setor
naval e aquaviário. Desse total, R$ 550,5 milhões serão recursos do Fundo da
Marinha Mercante (FMM).
O financiamento, de acordo com
a pasta, tem potencial de gerar mais de 2 mil empregos diretos. Até o momento,
foram construídas quatro embarcações e outras três estão em fabricação.
O Fundo da Marinha Mercante,
mantido pelo governo federal, financia a renovação da frota e a reparação de
embarcações.
"Aqui, no Estaleiro
Enseada, renascem quase 7 mil empregos diretos de qualidade. Salários dignos
para melhorar a vida das famílias. Mais de 90% dos postos de trabalho estão
sendo ocupados por gente daqui, do Recôncavo Baiano. Mão de obra local, benefício
local", celebrou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Fábrica de fertilizantes
A Petrobras também
anunciou a retomada e operação das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da
Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), cujas atividades devem começar em
janeiro. As plantas vão produzir amônia, ureia perolada e ARLA-32, utilizando
contrato que ainda inclui a operação dos Terminais Marítimos de Amônia e Ureia
no Porto de Aratu, em Candeias, na Bahia.
Na Fafen Bahia, o investimento
previsto para a retomada da unidade é R$ 38 milhões e a estimativa é de que
sejam gerados 750 empregos diretos. Os mesmos valores de investimento e
empregos estão previstos para a planta sergipana.
As duas fábricas, juntamente
com a Araucária Nitrogenados S.A (ANSA), outra fábrica nacional de
fertilizantes da Petrobras, instalada no Paraná, responderão por 20% de toda a
produção de fertilizantes consumida pelo setor agrícola brasileiro. Uma nova fábrica
em construção no Mato Grosso deve elevar a produção nacional para 35% de toda a
demanda nos próximos anos, assegurou a presidente da Petrobras.
Ainda na Bahia, o governo
estadual e a Petrobras assinaram um protocolo de intenções para que a estatal
possa utilizar o canteiro de obras de São Roque do Paraguaçu (BA) para o
acostamento de plataformas de petróleo. No local, essas plataformas serão descomissionadas
parcialmente e, no futuro, poderão ser reconstruídas no mesmo local, gerando
novos empregos.
O protocolo também prevê a
disponibilização de parte do canteiro para que estado da Bahia utilize a área
como apoio à construção da Ponte Salvador-Itaparica.
Agência Brasil
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