A proposta da senadora Leila
Barros (PDT-DF) foi subscrita por outros 28 senadores. No requerimento, a
parlamentar destaca que, apesar dos avanços legislativos, o número de mulheres
vítimas de violência letal permanece alarmante.
Com base nos dados do Atlas da
Violência 2024, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) com a colaboração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP),
a senadora registra que 36,6% dos homicídios de mulheres registrados em 2022
foram classificados como feminicídio — crime definido pelo Código Penal como
homicídio cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino,
geralmente dentro de contextos de violência doméstica ou discriminação de
gênero.
A pesquisa também aponta que,
enquanto a maioria dos homicídios de homens ocorre em vias públicas, as
mulheres continuam mais vulneráveis dentro de casa. Na última década, houve uma
redução de 34,2% nos homicídios femininos fora das residências, mas os casos
motivados por razões de gênero permaneceram estáveis.
Outra informação citada no
requerimento é da Pesquisa DataSenado de 2023, que revela que 30% das
brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada
por um homem. A violência psicológica aparece como a mais frequente (89%), seguida
pela violência física (76%).
“Esses dados mostram a
relevância de um debate permanente dentro do Parlamento sobre o tema e a
apresentação de propostas no sentido de aprimorar a legislação visando à
redução dos casos de violência doméstica e de feminicídio, bem como à punição
adequada dos agressores”, argumenta Leila.
A expectativa é que a sessão
aborde aspectos diversos do problema, considerando dimensões socioeconômicas,
jurídicas, psicológicas e educacionais. Também devem ser discutidas questões
específicas como a situação do acolhimento e da proteção oferecidos pelo Estado
às mulheres em situação de violência — incluindo casas-abrigo, centros de
atendimento e delegacias especializadas —, além do tratamento do tema no
sistema educacional, uma vez que a cultura da violência contra a mulher muitas
vezes se manifesta desde a infância.
Tribuna do Norte

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