A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 2,16% para 2,25%. A estimativa foi publicada no boletim Focus desta segunda-feira (8), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção para o
Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país)
passou de 1,78% para 1,8%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima
expansão do PIB em 1,84% e 2%, respectivamente.
Puxada pelas expansões dos
serviços e da indústria, no segundo trimestre deste ano a economia brasileira cresceu 0,4%, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em 2024, o PIB fechou com alta de
3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo a maior
expansão desde 2021, quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão de cotação do
dólar está em R$ 5,40 para o fim deste ano. No fim de 2026, estima-se que a
moeda norte-americana fique em R$ 5,50.
Inflação
Nesta edição do boletim
Focus, a estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do país -
passou de 4,43% para 4,4% este ano.
Para 2026, a projeção da
inflação variou de 4,17% para 4,16%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,8%
e 3,5%, respectivamente.
Pela quarta semana seguida, a
previsão foi reduzida, após a divulgação do resultado da inflação de outubro,
a menor para o mês em quase 30 anos. Com isso, a
estimativa alcançou o intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida
pelo BC.
Definida pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o
superior 4,5%.
A redução na conta de luz
puxou a inflação oficial para baixo e fez o IPCA fechar outubro em 0,09%, o
menor para o mês desde 1998, segundo o IBGE. Em setembro, o índice havia
marcado 0,48%. Em outubro de 2024, a variação foi de 0,56%.
Com esse resultado, a inflação
acumulada em 12 meses é 4,68%, a primeira vez, em oito meses, que o patamar
fica abaixo da casa de 5%. No entanto, ainda acima do teto da meta do CMN.
Na próxima quarta-feira (10),
o IBGE divulga o IPCA de novembro.
Juros básicos
Para alcançar a meta de
inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros
- a Selic - definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do
BC. O recuo da inflação e a desaceleração da economia levaram à manutenção da Selic pela terceira vez seguida, na
última reunião, no início do mês passado.
No entanto, o colegiado não
descarta a possibilidade de voltar a elevar os juros “caso julgue apropriado”.
Em nota, o BC informou que o
ambiente externo se mantém incerto por causa da conjuntura e da política
econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais.
No Brasil, a autarquia destacou que a inflação continua acima da meta, apesar
da desaceleração da atividade econômica, o que indica que os juros continuarão
altos por bastante tempo.
O Copom faz a última reunião
do ano nesta terça (9) e quarta-feira (10), e a estimativa dos analistas de
mercado é que a taxa básica encerre 2025 em 15% ao ano.
Para o fim de 2026, a
expectativa é que a Selic caia para 12,25% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão
é que ela seja reduzida novamente para 10,5% ao ano e 9,5% ao ano,
respectivamente.
Quando o Copom aumenta a
Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida; isso causa reflexos nos preços
porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim,
taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Os bancos
ainda consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos
consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando a taxa Selic é
reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a
atividade econômica.
Agência Brasil

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