Osenador Alessandro Vieira
(MDB-SE), relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime
Organizado, criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chamou a
ação policial no Rio de Janeiro de “desastrosa” e de “matança”. A operação Contenção,
deflagrada em 28 de outubro nos Complexos da Penha e do Alemão, deixou 121
mortos.
“Acho que foi muito infeliz o presidente da República ao criminalizar a ação dos policiais sem nenhuma informação que dê base para isso. Até o momento, não tem nenhum dado que aponte para uma ilegalidade”, disse Vieira em entrevista.
“O presidente Lula se
manifestou alinhado com aquilo que a esquerda tradicionalmente faz. Nós sabemos
perfeitamente que a direita tem uma preocupação maior com segurança pública,
enquanto a esquerda se concentra mais em questões de redução de desigualdade”,
afirmou o relator da CPI. “Criminalizar antecipadamente a polícia é tão
equivocado quanto assinalar que qualquer um que está lá na comunidade é
criminoso”, acrescentou.
Na terça-feira (4), Lula disse
a jornalistas inernacionais que o governo deve enviar legistas da PF (Polícia
Federal) para participar das investigações sobre as circunstâncias das mortes.
A medida já havia sido anunciada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski,
em 30 de outubro.
“Vamos ver se a gente consegue
fazer essa investigação porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não
tinha uma ordem de matança e houve a matança. Acho bom especificar em que
condições se deu”, afirmou Lula.
Vieira também disse que a
operação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes para cumprir centenas de
mandados de prisão e de busca e apreensão, foi “extremamente violenta, de
confronto em uma área muito difícil”.
“Todos os envolvidos na
operação seguramente sabiam que o resultado seria nessa linha porque foi uma
escolha de uma ação de confronto. O que falta como informação é que o governo
do Rio de Janeiro e os técnicos das secretarias nos informe qual é o passo seguinte.
O confronto em si não pode ser o objetivo da ação”, afirmou.
Líder da oposição critica Lula
e propõe impeachment ao PL: ‘Perdeu o controle’
O líder da Oposição na Câmara
dos Deputados, deputado federal Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), fez críticas ao
governo Lula sobre o controle do crime organizado e afirmou, através de nota,
que “o Estado perdeu o controle”. Além disso, também afirmou que o Governo
Federal está mais preocupado em preservar a sua imagem do que proteger o povo.
Mais tarde, o deputado afirmou
à Jovem Pan que levará ao PL um pedido para que seja requerido o impeachment do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Hoje, o crime organizado não
atua apenas nas periferias. Ele já domina destinos turísticos, regiões de
produção rural e cidades de todos os tamanhos: pequenas, médias e grandes. O
Estado perdeu o controle sobre áreas onde as facções cobram pedágio de comerciantes,
vendem gás de cozinha e internet a preços extorsivos, e impõem regras de
convivência pela força das armas. É um regime de terror dentro do território
nacional”, declarou Zucco.
Segundo Zucco, as facções
delimitam seus domínios com barricadas, impedindo a entrada de ambulâncias,
viaturas e até de transportes por aplicativo.
“Onde o Estado não entra, o
crime reina. E o resultado é o colapso da cidadania: sem segurança, sem saúde,
sem escola, sem liberdade. O governo Lula assiste a tudo isso de braços
cruzados, como se não fosse problema seu”, criticou.
Para o parlamentar, a
justificativa para a pedido de impeachment seria a omissão do governo em
combater o crime organizado e que configuraria uma violação direta do artigo 85
da Constituição Federal, que define como crime de responsabilidade os atos do presidente
que atentem contra a existência da União, a guarda dos bens e direitos do
Estado, o livre exercício dos poderes constitucionais e o exercício dos
direitos políticos, individuais e sociais pelos cidadãos.
“Permitir que o crime
organizado substitua o Estado em regiões inteiras do país é atentar contra a
própria soberania nacional. É uma ruptura da ordem constitucional — e o
presidente precisa responder por isso”, disse.
“O Planalto está mais
preocupado em preservar sua imagem internacional do que em proteger o povo
brasileiro. Enquanto isso, o país vive dividido entre o Brasil governado e o
Brasil dominado. O primeiro faz propaganda; o segundo vive sob o medo”, disse.
Segundo ele, o Congresso
precisa reagir a crescente da criminalidade no Brasil. “Não podemos normalizar
o avanço das facções nem aceitar que o governo assista passivamente à
destruição da soberania nacional. A ausência do Estado é um ato político, e
esse ato tem responsáveis. O presidente Lula deve explicações ao Congresso e ao
povo brasileiro — porque o Brasil está sendo entregue ao crime organizado”,
finalizou.
Tribuna do Norte

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