O mercado para engenharia,
agronomia e geociências no Rio Grande do Norte vive um momento de forte
aquecimento e alta retenção de talentos. É o que revelam os dados regionais do
Censo Profissional 2024, divulgado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
(Confea). Segundo o levantamento, 91% dos profissionais potiguares estão
trabalhando. Mais do que apenas estar empregado, o engenheiro do RN consegue se
manter na sua especialidade: 83% atuam diretamente na área de formação, um
índice superior à média nacional, que é de 78%.
A pesquisa, realizada entre
setembro de 2024 e fevereiro de 2025, traça um perfil otimista para quem
investe nas profissões tecnológicas no estado, destacando a construção civil
como o grande motor econômico local. O levantamento feito no estado teve 351
entrevistas – com margem de erro de 5 pontos percentuais. O método utilizado
foi a coleta de dados por telefone.
Construção Civil lidera
oportunidades no estado
Os dados apontam uma clara
vocação do mercado potiguar. A Construção Civil absorve 49% dos profissionais
ativos no estado, refletindo a importância do setor imobiliário e de
infraestrutura na economia local. Consequentemente, a Engenharia Civil é a
formação predominante, representando 56% dos registros dos entrevistados.
Quanto ao regime de trabalho,
o cenário é híbrido:
34% trabalham com
carteira assinada (CLT);
17% são empresários ou
empregadores.
Para o presidente do Crea-RN,
o engenheiro eletricista Roberto Wagner, os números trazem uma mensagem clara
para o futuro da educação no estado. “Os dados do Censo CONFEA revelam um
importante paradoxo: se, por um lado, lidamos com a necessidade de aumentar o
número de novos talentos nas universidades, por outro, o sistema profissional
de Engenharia e Agronomia se destaca pela excelente performance e
reconhecimento. A satisfação da categoria e os salários atrativos comprovam
que, apesar dos desafios de formação, nossa área oferece um futuro de grande
realização e valorização”, apontou o Engenheiro Eletricista, Roberto Wagner,
presidente do Crea-RN.
Salários atrativos e alta
satisfação profissional
Um dos pontos altos do Censo
2024 é a remuneração e a qualidade de vida. No Rio Grande do Norte, a
engenharia continua sendo uma carreira promissora financeiramente:
36% dos profissionais
ganham acima de 10 salários mínimos;
34% recebem entre 5 e 10
salários mínimos.
Além do retorno financeiro, o
propósito fala alto. Cerca de 97% acreditam que seu trabalho contribui
para uma sociedade melhor e 85% declaram estar satisfeitos com sua
qualidade de vida atual.
A engenheira civil e
conselheira federal, Ana Adalgisa, destaca que a pesquisa confirma a percepção
de um mercado aquecido. Ela também ressalta um recorte de gênero interessante
revelado nas entrevistas. “Os profissionais estão atuando, satisfeitos com o
que produzem e enxergando um mercado aquecido no estado. Os dados mostram onde
precisamos estar mais presentes e como podemos fortalecer ações que tenham
impacto real na vida dos profissionais. A engenharia transforma vidas — não
apenas a de quem exerce a profissão, mas a de todos ao seu redor. O destaque é
que 91% dos que foram ouvidos estão trabalhando. Eles tem registro no Crea e
estão na área que se formaram.”, afirmou Ana Adalgisa. “Quando você pergunta
porque você é engenheiro, a grande maioria responde que é um sonho de criança,
gostava das disciplinas. Mas quando você pergunta para as mulheres, a maioria
diz que era boa de matemática, física e química. Temos que mostrar que se um
jovem tem o sonho de ser engenheiro – que eles sejam – o Brasil precisa deles”,
reforçou Ana.
A percepção institucional
também é positiva. Entre os entrevistados no RN, 80% reconhecem a importância
do Sistema Confea/Crea para a regulação e funcionamento das profissões. Para
Vinícius Marchese, presidente do Confea, o Censo é uma ferramenta estratégica:
“o Censo representa um marco para o Sistema, ao reunir informações estruturadas
que mostram a realidade dos profissionais em todo o Brasil. Esses dados
fortalecem a capacidade de cada Crea agir com assertividade, direcionando
projetos regionais de valorização profissional, capacitação, inovação e
fiscalização alinhados à realidade local. Compreender as singularidades de cada
território é o primeiro passo para potencializar o impacto das profissões
tecnológicas no desenvolvimento do país.”
Tribuna do Norte

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