terça-feira, 18 de novembro de 2025

Engenharia no RN: 91% dos profissionais estão empregados e salários superam a média, aponta Censo

Foto: Alex Régis

O mercado para engenharia, agronomia e geociências no Rio Grande do Norte vive um momento de forte aquecimento e alta retenção de talentos. É o que revelam os dados regionais do Censo Profissional 2024, divulgado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Segundo o levantamento, 91% dos profissionais potiguares estão trabalhando. Mais do que apenas estar empregado, o engenheiro do RN consegue se manter na sua especialidade: 83% atuam diretamente na área de formação, um índice superior à média nacional, que é de 78%.

A pesquisa, realizada entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025, traça um perfil otimista para quem investe nas profissões tecnológicas no estado, destacando a construção civil como o grande motor econômico local. O levantamento feito no estado teve 351 entrevistas – com margem de erro de 5 pontos percentuais. O método utilizado foi a coleta de dados por telefone.

Construção Civil lidera oportunidades no estado

Os dados apontam uma clara vocação do mercado potiguar. A Construção Civil absorve 49% dos profissionais ativos no estado, refletindo a importância do setor imobiliário e de infraestrutura na economia local. Consequentemente, a Engenharia Civil é a formação predominante, representando 56% dos registros dos entrevistados.

Quanto ao regime de trabalho, o cenário é híbrido:

34% trabalham com carteira assinada (CLT);

17% são empresários ou empregadores.

Para o presidente do Crea-RN, o engenheiro eletricista Roberto Wagner, os números trazem uma mensagem clara para o futuro da educação no estado. “Os dados do Censo CONFEA revelam um importante paradoxo: se, por um lado, lidamos com a necessidade de aumentar o número de novos talentos nas universidades, por outro, o sistema profissional de Engenharia e Agronomia se destaca pela excelente performance e reconhecimento. A satisfação da categoria e os salários atrativos comprovam que, apesar dos desafios de formação, nossa área oferece um futuro de grande realização e valorização”, apontou o Engenheiro Eletricista, Roberto Wagner, presidente do Crea-RN.

Salários atrativos e alta satisfação profissional

Um dos pontos altos do Censo 2024 é a remuneração e a qualidade de vida. No Rio Grande do Norte, a engenharia continua sendo uma carreira promissora financeiramente:

36% dos profissionais ganham acima de 10 salários mínimos;

34% recebem entre 5 e 10 salários mínimos.

Além do retorno financeiro, o propósito fala alto. Cerca de 97% acreditam que seu trabalho contribui para uma sociedade melhor e 85% declaram estar satisfeitos com sua qualidade de vida atual.

A engenheira civil e conselheira federal, Ana Adalgisa, destaca que a pesquisa confirma a percepção de um mercado aquecido. Ela também ressalta um recorte de gênero interessante revelado nas entrevistas. “Os profissionais estão atuando, satisfeitos com o que produzem e enxergando um mercado aquecido no estado. Os dados mostram onde precisamos estar mais presentes e como podemos fortalecer ações que tenham impacto real na vida dos profissionais. A engenharia transforma vidas — não apenas a de quem exerce a profissão, mas a de todos ao seu redor. O destaque é que 91% dos que foram ouvidos estão trabalhando. Eles tem registro no Crea e estão na área que se formaram.”, afirmou Ana Adalgisa. “Quando você pergunta porque você é engenheiro, a grande maioria responde que é um sonho de criança, gostava das disciplinas. Mas quando você pergunta para as mulheres, a maioria diz que era boa de matemática, física e química. Temos que mostrar que se um jovem tem o sonho de ser engenheiro – que eles sejam – o Brasil precisa deles”, reforçou Ana.

A percepção institucional também é positiva. Entre os entrevistados no RN, 80% reconhecem a importância do Sistema Confea/Crea para a regulação e funcionamento das profissões. Para Vinícius Marchese, presidente do Confea, o Censo é uma ferramenta estratégica: “o Censo representa um marco para o Sistema, ao reunir informações estruturadas que mostram a realidade dos profissionais em todo o Brasil. Esses dados fortalecem a capacidade de cada Crea agir com assertividade, direcionando projetos regionais de valorização profissional, capacitação, inovação e fiscalização alinhados à realidade local. Compreender as singularidades de cada território é o primeiro passo para potencializar o impacto das profissões tecnológicas no desenvolvimento do país.”

Tribuna do Norte

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