A Comissão Parlamentar de
inquérito (CPI) que vai investigar o crime organizado será instalada na manhã
terça-feira (4), conforme proposta pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que
também foi assinada pelo senador Styvenson Valetim (PSDB).
A CPI elege às 11h o presidente, o vice e o relator e terá 120 dias para investigar especialmente o crescimento das facções e milícias.
Segundo Alessandro Vieira, o
avanço do crime organizado ocorre em razão do “abandono do poder público”:
“Essa tragédia tem solução. Não é pauta eleitoreira, é urgência nacional”,
disse o senador em suas redes sociais.
Onze senadores integrarão a
CPI, dos quais 10 já foram indicados pelas lideranças partidárias. A CPI terá
R$ 30 mil para desembolsar em suas investigações.
De acordo com pesquisas
realizadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), através do
aludido Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, cuja fonte são os
boletins de ocorrência produzidos pelas Polícias Civis, houve 47,3 mil mortes
violentas intencionais no ano de 2022, possuindo o país uma de taxa de
mortalidade de 23,3 a cada 100 mil habitantes.
Por sua vez, os Indicadores de
Percepção Social (SIPS) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
ainda que os dados careçam de atualização (a pesquisa remonta a 2012), apontam
que o medo de ser assassinado acomete 62,4% dos brasileiros, percentual esse
que aumenta nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, chegando a 72,9% e 70,4%,
respectivamente.
Segundo o requerimento de
criação da CPI há 72 facções criminosas no Brasil, conforme dados da Secretaria
Nacional de Políticas Penais). Esse movimento de criação das quadrilhas nas
comunidades brasileiras vem da migração dos cidadãos do campo para as cidades
nas décadas de 70 a 80, em busca de melhores condições de vida e de trabalho.
Com o êxodo rural bastante acelerado, especialmente para São Paulo e Rio de
Janeiro, somado à baixa oportunidade de empregos, baixos salários, aumento de
moradias irregulares nas favelas e a acentuação da desigualdade social da
população local, criou-se o cenário adequado para o surgimento de mazelas
sociais que propiciaram o desenvolvimento da criminalidade, em especial furtos,
roubos e tráfico de drogas.
As consequências econômicas
desse cenário para o país são assustadoras, diz o requerimento assinado por 31
senadores. Estima-se um ônus de R$ 453,5 bilhões a empresas em 2022, de acordo
com estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Os custos diretos e indiretos
da criminalidade institucionalizada e da violência giram em torno de 1,8% e 4%
do Produto Interno Bruto (PIB).
Operação contra o CV que
deixou mais de 120 mortos no Rio ensejou decisão de Alcolumbre de dar início
aos trabalhos da CPI.
Tribuna do Norte

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