sábado, 4 de outubro de 2025

Senador Rogério Marinho alerta para colapso fiscal do governo federal

No centésimo terceiro Observatório da Oposição, o líder da Oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) chama a atenção dos brasileiros sobre as falsas narrativas que o atual governo vem tentando implementar para justificar o fracasso das políticas econômicas que foram implementadas. “Esse descuido com a nossa política fiscal está fazendo com que tenhamos uma bomba de efeito retardado que, em algum momento, vai explodir nos peitos da sociedade brasileira, principalmente nos mais fragilizados”, disse o senador as explicar o relatório divulgado na noite de terça-feira (30).

O Relatório Semanal do Observatório da Oposição é uma publicação periódica com análises das principais movimentações dos órgãos públicos federais na última semana. Nesta semana o relatório inicia com a análise fiscal do governo federal. “Ministro Haddad tenta emplacar narrativa de que problemas fiscais seriam “herança” e que governo não aumenta impostos. Contudo, o Ministro ignora que decisões da atual gestão reeditam práticas que ele critica e aprofundam o problema fiscal do país. Haddad, que diz estar solucionando o problema fiscal e trazendo realismo para o orçamento, assumiu com dívida de 71% do PIB e entregará o país com dívida de 82,4% do PIB. Claramente, é a gestão fiscal petista que está deteriorando as contas públicas.”, pontua o relatório.

Nesta semana o senador faz nova denúncia. “O governo teima em gastar mais do que arrecada, aumenta a dívida pública que cresce sem nenhum controle”, disse.

Trabalho escravo

“Queremos também mostrar que há uma politização da fiscalização do Ministério do Trabalho, notadamente em um dos campeões nacionais eleitos pelo governo do PT, que é a JBS. Ele deveria estar na lista de trabalho análogo à escravidão, mas o ministro Luiz Marinho quebra uma tradição de mais de 20 anos daquele ministério e avoca para ele a condição de não implementar essa medida, que deve ser coercitiva e pedagógica contra empresas que praticam ações na contramão da legislação trabalhista.”.

A decisão do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de avocar para si o processo administrativo que poderia incluir a JBS Aves na “Lista Suja” do trabalho escravo desencadeou uma crise institucional sem precedentes. A medida teve respaldo da Advocacia-Geral da União (AGU), que fundamentou a intervenção no artigo 648 da CLT, resgatando um dispositivo da década de 1940 raramente utilizado.

O caso tem origem em uma operação de dezembro de 2024, no Rio Grande do Sul, quando auditores fiscais identificaram dez trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma empresa terceirizada contratada para realizar a apanha de frangos para a JBS. O relatório apontou jornadas exaustivas de até 16 horas diárias, alojamentos sem água potável, descontos ilegais nos salários e até indícios de servidão por dívida. Com base nesses elementos, a Inspeção do Trabalho responsabilizou a JBS Aves como tomadora dos serviços e determinou sua inclusão no cadastro de empregadores flagrados explorando mão de obra escrava.

Até então, a decisão dos fiscais seguia o rito normal do processo administrativo, que garante contraditório e ampla defesa em duas
instâncias. O ministro, contudo, decidiu interromper esse fluxo e assumir pessoalmente a revisão do caso, abrindo um debate sobre os limites da atuação política frente à autonomia da fiscalização trabalhista.

A avocação do processo da JBS Aves pelo ministro Luiz Marinho marca um ponto de inflexão no sistema brasileiro de combate ao trabalho escravo. Sob a roupagem de uma prerrogativa prevista no art. 638 da CLT, a decisão foi embasada em um parecer da AGU que, ao destacar reiteradamente o “porte” e a “relevância econômica” da empresa, acaba por corroer o princípio da isonomia e legitimar um privilégio procedimental para grandes grupos — algo sem amparo legal e em frontal contradição com a Convenção 81 da OIT, ratificada pelo Brasil.

As reações dos auditores fiscais, da Conatrae e do Ministério Público do Trabalho mostram que não se trata de um embate corporativo, mas de uma crise institucional: rompe-se um histórico de 22 anos sem interferência ministerial nesse tipo de processo, fragilizando um instrumento reconhecido internacionalmente e abrindo um precedente perigoso para a politização de decisões técnicas.

Mais do que um caso isolado, o episódio revela um sinal de alerta: se a Administração passar a usar a avocação para neutralizar decisões desfavoráveis a empresas relevantes e próximas, estará institucionalizando uma “terceira instância” política e minando a confiança no combate ao trabalho escravo. Para preservar a integridade desse sistema e evitar desvio de finalidade, é indispensável que os princípios constitucionais de legalidade, impessoalidade e moralidade administrativa prevaleçam sobre conveniências econômicas.

Meio ambiente

O senador Rogério Marinho, também comenta sobre a resolução 510 do Conama, sobre supressão vegetal nativa, que na prática impede a questão das compensações ambientais e cria a médio prazo uma verdadeira armadilha para quem quer empreender no campo brasileiro. “A agricultura continua sendo o grande adversário desse governo, que de forma ideológica teima em hostilizar o motor do nosso crescimento econômico, que é a agricultura sustentável.”, salienta.

MST na UFPE

Rogério Marinho também fez uma crítica a ação do governo de subtrair a questão do mérito no acesso às universidades, para formando na UFPE cursos de medicina para assentados que são ligados ao MST. Isso afronta a constituição, a questão da igualdade, do mérito.

Em meio a cortes orçamentários que sufocam as universidades federais, a UFPE lança uma turma especial de Medicina com 80 vagas integralmente reservadas a assentados da reforma agrária. A medida ignora os mecanismos nacionais de acesso ao ensino superior (ENEM/SISU) e já recebeu críticas contundentes do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE) e representações de parlamentares junto ao TCU e à PGR, que alertam para a quebra da isonomia, o desrespeito ao princípio da proporcionalidade e o risco de comprometer a credibilidade da formação médica.

Em nota pública, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE), junto com o SIMEPE, a AMPE e a Academia Pernambucana de Medicina, afirmou que o processo seletivo da UFPE “viola a igualdade de oportunidades e desconsidera os mecanismos nacionais já consolidados” (ENEM e SISU).

Diante desse conjunto de vícios — reserva absoluta das vagas, afastamento dos mecanismos nacionais, viés ideológico e extrapolação do PRONERA —, o senador Rogério Marinho apresentou ao Tribunal de Contas da União uma representação com pedido de medida cautelar para suspender imediatamente os atos executórios do edital no 31/2025. A peça solicita, entre outros pontos, a paralisação das provas, matrículas e despesas orçamentárias até que o TCU se pronuncie sobre a legalidade do curso, além da requisição de informações detalhadas à UFPE, ao MEC e ao INCRA sobre convênios, critérios de seleção, autorização ministerial, capacidade institucional e demonstrativo de custos.

Segurança

“E, na questão da segurança pública, a espetacularização feita pelo governo na ação contra o PCC, onde ele politiza um tema que todos nós sabemos que, na verdade, é a grande fragilidade desse governo, que sempre foi leniente com o crime. Essa tentativa de promoção dessa ação, que deveria ser uma questão absolutamente normal de um governo preocupado em combater o crime, na verdade mascara essa proteção que o ex-governo do PT sempre tem dado ao crime, especialmente aos direitos dos criminosos indeterminados e aos direitos dos cidadãos.”, complementou o senador.

Nos últimos dias, o governo federal decidiu transformar em peça publicitária uma grande operação policial contra o crime organizado. O comercial veiculado fala em “a maior operação da história contra o crime organizado” e apresenta o feito como uma conquista direta do Executivo. O problema é que essa narrativa, além de inflar a magnitude da ação, omite a cooperação de outros entes federativos e tensiona princípios constitucionais que deveriam ser respeitados.

A Constituição de 1988 é clara ao estabelecer que a Polícia Federal é um órgão permanente da União (art. 144), com atribuições próprias de polícia judiciária da União e sob supervisão do Ministério Público. Isso significa que, embora administrativamente subordinada ao Ministério da Justiça, a PF tem independência investigativa. Atribuir ao governo — e não às instituições do Estado — o comando de uma operação desse porte é uma forma de ingerência política no trabalho policial, ainda que apenas no plano simbólico.

Outro ponto delicado é o princípio da impessoalidade, previsto no art. 37 da Constituição. A propaganda oficial não deveria servir para promoção pessoal de governantes.

Ao colocar a operação como uma marca do governo Lula, a comunicação oficial transforma um ato de Estado em material de autopromoção. Isso não é apenas um erro ético: pode caracterizar desvio de finalidade e até ser interpretado pela Justiça Eleitoral como abuso de poder político, sobretudo em ano pré-eleitoral.

PCC

O Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho são organizações terroristas. A execução do delegado Ruy Fontes, morto com mais de vinte tiros de fuzil, foi mais uma demonstração contundente da força dessas organizações terroristas contra o Estado. Todavia, Lula em mais uma fala inoportuna na Assembleia Geral da ONU, desconsiderou classificar ambas organizações como grupos terroristas.

A execução do delegado aposentado da Polícia Civil de São Paulo, Dr. Ruy Fontes, ex-Diretor-Geral da Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022, não pode ser considerada apenas “mais um” dado estatístico da violência que assola o país. Trata-se de um atentado contra a própria estrutura do Estado brasileiro. Fontes foi executado por criminosos que já não se comportam como meros delinquentes, mas como terroristas. O Primeiro Comando da Capital (PCC) é hoje uma organização terrorista com hierarquia militar, disciplina operacional e armamento pesado, capaz de enfrentar diretamente as forças de segurança de norte a sul do Brasil e desafiar a autoridade estatal. A emboscada contra Fontes é a prova de que o Brasil precisa abandonar a retórica branda e encarar o problema pelo que ele realmente é: terrorismo.

Tribuna do Norte

 

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