Segundo Haddad, o Tesouro
avalia diferentes alternativas para socorrer a empresa, que acumula um rombo de
R$ 6,05 bilhões de janeiro a setembro. Entre as causas da crise, o governo
aponta perda de competitividade, aumento de despesas, derrotas judiciais e
problemas de gestão.
“Não vamos fazer um aporte sem
o plano de recuperação aprovado. Nem empréstimo, nem apoio, nem aval”,
enfatizou o ministro.
Aporte, mas dentro das regras
fiscais
Haddad afirmou que a possibilidade
de injeção de recursos federais na empresa está na mesa. Ainda assim, reforçou
que qualquer movimentação ocorrerá dentro das regras do arcabouço fiscal.
“Pode haver [aporte]. O
Tesouro está estudando, vamos considerar todas as variáveis para tomar a
decisão”, disse o ministro, negando que a medida tenha relação com eventuais
flexibilizações fiscais. “Se houver um aporte, é dentro das regras atuais.”
Segundo o ministro, os altos
juros no país encareceriam a tomada de crédito pela própria estatal, o que
aumenta as chances de aporte da União nos Correios.
A exclusão de R$ 10 bilhões da
meta fiscal das estatais, incluída nesta quinta-feira no projeto da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, foi classificada por Haddad como uma
ação preventiva.
O objetivo, segundo ele, é
permitir que o governo tenha margem para realizar um aporte caso essa seja a
decisão final.
Pedido de empréstimo negado
Em meio à deterioração
financeira, o Tesouro negou aos Correios um pedido de empréstimo de R$ 20
bilhões que seria concedido por cinco bancos: Banco do Brasil,
Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.
As instituições pediam juros
de 136% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), acima do limite de 120%
de CDI em operações de crédito com garantia da União de dez anos.
Taxa usada no crédito
interbancário (empréstimos diários entre os bancos), o CDI é um pouco inferior
a Taxa Selic (juros básicos da economia). Com a Selic atual, de 15% ao ano, um
CDI de 136% equivaleria a aproximadamente 20% ao ano, enquanto um empréstimo de
120% do CDI seria corrigido em cerca de 18% ao ano.
A recusa reforça, segundo
integrantes da equipe econômica, a exigência de um plano consistente de
reestruturação antes de qualquer tipo de socorro.
O Ministério da Fazenda mantém
uma equipe dedicada ao tema e deve seguir avaliando as alternativas nos
próximos meses.
Agência Brasil

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