Entre os destaques citados
figura a auriculoterapia, responsável por 26% do aumento. A técnica terapêutica
utiliza a orelha como microssistema para tratar diversas condições de saúde
física, mental e emocional. Os estímulos podem ser feitos com agulhas, cristais,
sementes e outros materiais.
Segundo o estudo, no mesmo
período também foi registrado crescimento expressivo das chamadas PICS
coletivas, incluindo práticas corporais da medicina tradicional chinesa, que
aumentaram 13%; o uso de plantas medicinais e fitoterapia, com 11% de crescimento;
e a meditação, com alta de 8%.
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Profissionais capacitados
Ainda segundo o ministério,
340 mil profissionais participaram de cursos e capacitações em PICS oferecidas
em portfólio via Ambiente Virtual de Aprendizagem (Avasus) do Sistema Único de
Saúde, incluindo a certificação em auriculoterapia.
“A expectativa, no entanto, é
que esse contingente seja ainda maior, uma vez que municípios e estados também
têm investido na qualificação de seus profissionais, e têm dados próprios”,
informou a pasta.
Um exemplo é o município de
São Paulo, cuja oferta de procedimentos de Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde, apenas no primeiro semestre de 2025, corresponde a
16,4% dos atendimentos feitos em todo o país.
Entre 2022 e 2024, a capital
paulista apresentou aumento médio de 89,6% nos atendimentos em PICS, com
destaque para auriculoterapia, meditação, arteterapia e aromaterapia.
Números
Ao longo de 2024, o SUS
registrou 7.156.703 procedimentos em PICS - um aumento de 70% em relação a
2022. Foram 3.198.546 procedimentos realizados na atenção primária (crescimento
de 67%) e 3.958.157 na média e alta complexidade (crescimento de 73%).
Os números mostram que mais de
nove milhões de pessoas acessaram práticas integrativas em 2024 – um aumento de
83% em relação a 2022 –, com a oferta consolidada em 21 mil estabelecimentos de
atenção primária distribuídos em 84% dos municípios brasileiros e em todas as
capitais.
Em 2025, dados preliminares
apontam quase quatro milhões de pessoas atendidas em PICS na rede pública – um
crescimento de 14% em relação ao ano anterior.
Próximos passos
Além de seguir com estratégias
de formação de equipes da atenção primária, o Ministério da Saúde informou que
trabalha na qualificação de gestores e trabalhadores para implementar as PICS
nas linhas de cuidado de dor crônica, saúde mental e tratamento de feridas com
plantas medicinais e fitoterápicos.
Um estudo da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) indica que a oferta de PICS tem grande adesão
da população e inclui relatos de melhora de dores, da ansiedade, da insônia e
do bem-estar geral. A pesquisa também aponta redução no uso de medicamentos e
aumento das capacidades.
Congresso será no Rio
Os novos números e o cenário
geral das PICS serão apresentados oficialmente pelo Ministério da Saúde para
lideranças, comunidade acadêmica e profissionais de saúde de 67 países durante
o 3º Congresso
Mundial de Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa, a ser
realizado de 15 a 18 de outubro no Riocentro, no Rio de Janeiro.
Durante o evento, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentará a Estratégia Global de Medicina
Tradicional, Complementar e Integrativa 2025–2034, aprovada por seus 170
estados-membros em maio deste ano, em Genebra, na Suíça.
Inéditos
Também serão lançados
materiais inéditos, desenvolvidos pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde
Integrativa, em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de
Informação em Ciências da Saúde, incluindo o Mapa das Evidências da Efetividade
Clínica das Intervenções Baseadas na Natureza e o Mapa de Evidências de
Pediatria Integrativa.
“Essas ferramentas, que
sintetizam milhares de revisões científicas internacionais, já são utilizadas
pelo Ministério da Saúde para apoiar a condução da Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares”, informou o governo.
Outro marco será o
pré-lançamento da Biblioteca Global de Medicina Tradicional da Organização
Mundial da Saúde, com mais de 1,7 milhão de publicações indexadas na área até o
momento e com acesso livre.
Agência Brasil

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