Os dados foram apurados
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15),
divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O indicador apontou desaceleração para 0,18%, uma vez que
tinha alcançado 0,48% em setembro.
O IBGE mostra que, de setembro
de 2024 a maio de 2025, os alimentos e bebidas apresentaram nove meses seguidos
de alta, influenciados por fatores como questões climáticas, que prejudicaram a
safra. Desde então, sucederam-se cinco recuos:
Outubro: -0,02%
Setembro: -0,35%
Agosto: -0,53%
Julho: -0,06%
Junho: -0,02%
Com a sequência de
quedas, o acumulado de 12 meses da inflação de alimentos marca 6,26% em
outubro. Esse patamar fica acima da inflação geral apurada pelo IPCA-15 (4,94%)
no período.
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No entanto, é o menor
desde setembro de 2024, quando registrava 5,22%. Desde então, a variação chegou
a marcar 8,02% em maio de 2025. Em setembro de 2024, o acumulado era de 7,21%.
O IPCA-15 apura a variação
média do custo de 377 produtos e serviços que fazem parte da cesta de compras
do brasileiro que ganha até 40 salários mínimos. Os alimentos e bebidas são a
parcela mais representativa dessa cesta, respondendo por 21,63% do índice.
Observando especificamente a
alimentação no domicílio, que exclui gastos com lanches, refeições e cafezinho
na rua, a inflação marcou -0,10% em outubro e 5,47% no acumulado de 12 meses,
menor patamar desde agosto de 2024, quando ficou em 4,19%.
Alimentos em outubro
No IPCA-15 de outubro, os
itens que mais pesaram para a queda dos alimentos foram:
Cebola (-7,65%)
Ovo de galinha (-3,01%)
Arroz (-1,37%)
Leite longa vida (-1%)
Cada um desses recuos
representa 0,01 p.p. no índice.
Na cesta de produtos, quatro
subitens tiveram quedas de preço na casa de dois dígitos:
Pepino: -24,43%
Abobrinha: -20,80%
Morango: -15,63%
Peixe castanha: -12,68%
Apesar da variação, o peso
desses itens no total do índice não supera 0,01 ponto percentual.
No intervalo de 12 meses, as
maiores quedas foram da batata-inglesa (-39%), feijão preto (-32%), cebola
(-27%) e pepino (-27%).
Na outra ponta, estão as altas
do café moído (53%), abobrinha (43%) e pimentão (36%).
Veja o comportamento de outros
itens no mês:
Tubérculos, raízes e legumes:
-2,17%
Hortaliças e verduras: -1,87%
Cereais, leguminosas e
oleaginosas: -1,24%
Pescados: -0,98%
Leites e derivados: -0,66%
Aves e ovos: -0,51%
Carnes e peixes
industrializados: -0,24%
Carnes: -0,05%
Bebidas e infusões: 0,01%
Enlatados e conservas: 0,22%
Panificados: 0,23%
Frutas: 2,07%
Óleos e gorduras: 2,18%
Safra
Para o economista-chefe da
Associação Paulista de Supermercados, Felipe Queiroz, o resultado de outubro é
bastante positivo e aponta para uma convergência rumo ao centro da meta de
inflação, estipulada pelo governo em 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto
percentual para mais ou para menos, ou seja, até 4,5%.
Queiroz destaca o
comportamento dos preços dos alimentos. “Tendo em vista a importância que a
alimentação possui no orçamento familiar, especialmente das famílias de menor
renda, o resultado de outubro é bastante animador por conta da queda de
produtos essenciais como o arroz, o leite, os ovos e a cebola”, diz.
Para o representante da
associação de supermercados do maior estado do país, que reúne mais de 4,5 mil
estabelecimentos comerciais, a expectativa é que a inflação mantenha a
tendência de desaceleração nos próximos meses.
“Nós temos uma safra recorde de grãos, o que deve contribuir com a queda
de itens básicos da cesta dos consumidores”, cita.
Agência Brasil

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