quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Feira de Livros da UERN traz programação gratuita

A feira reúne lançamentos de livros, oficinas, mesas-redondas e exposições fotográficas | Foto: Magnus Nascimento

A Zona Norte de Natal recebe, a partir desta terça-feira (7), a VIII Feira de Livros da Cooperativa Cultural (Flicoop), realizada no Complexo Cultural da Uern Natal, com entrada gratuita e programação das 9h às 18h. O evento segue até o dia 11 de outubro e tem como objetivo democratizar o acesso ao livro, promover a cultura local e fortalecer a cadeia produtiva do livro no estado.

A feira reúne lançamentos de livros, oficinas, mesas-redondas, exposições fotográficas, apresentações culturais e espaços de convivência voltados para públicos de todas as idades. A organização estima receber cerca de 2 mil visitantes ao longo dos cinco dias, entre estudantes, professores, artistas, escritores e a comunidade em geral.

O autor potiguar Leander Moura escreve quadrinhos de horror e é ilustrador e professor da rede estadual. Para ele, a feira tem papel importante na valorização da cultura local. “40% são obras dos autores potiguares, autores e autoras. Então é muito importante você trazer o autor que também, além de ser local, é importante saber que você tem nas escolas autores do Rio Grande do Norte”, afirma. Leander também destaca o caráter inclusivo da feira: “É um evento não só importante em termos de lançar obras, mas pela possibilidade de alcançar um público diverso.”

Além de incentivar a leitura, a Flicoop também movimenta a economia criativa local. Expositor na feira, Luan Lima, proprietário da Reino Nerd destaca a acessibilidade do evento como um diferencial. “A gente não tem tantas oportunidades em outras feiras grandes. E como aqui é mais acessível, acho que ajuda muito para a gente continuar investindo nas coisas que a gente gosta de fazer.”

A feira também atrai visitantes fiéis. A estudante Débora Nayara comenta que o evento contribui para o hábito da leitura: “Aqui, a gente sempre está tendo contato com livros e acaba se interessando, motivando a leitura.”

O fã de quadrinhos Júlio Camilos se surpreendeu com a variedade de opções e acessibilidade: “Aqui tem até sebo. Moro longe do centro e para eu achar sebo é difícil, viu? Aqui consigo ir, consigo comprar, porque o preço é razoavelmente acessível”, comentou enquanto escolhia um livro.

O coordenador da Escola Estadual Professor Paulo Pinheiro de Viveiros, Dezwith Barros, explica que a visita à feira é uma oportunidade de qualificar o acervo das bibliotecas escolares: “Deixar o acervo da biblioteca não só maior em quantidade, mas, principalmente, melhor em termos de qualidade.”

Como parte da valorização da cultura popular, a feira promove a oficina “As Cordeltecas: a importância das bibliotecas de cordel nas escolas”, conduzida por Marcos Vinicius, cordelista, presidente da Comissão Mossoroense de Folclore e membro da Academia Mossoroense de Literatura de Cordel. “A oficina é, acima de tudo, sobre o desejo, o gosto e o prazer de ler.”, explica.

Segundo ele, as cordeltecas são espaços de criação e identidade: “O cordel permite isso, transformar cultura, subjetividade e imaginação em poesia.”

A secretária estadual de Educação, Socorro Batista, também esteve presente na abertura e reforçou o papel da feira como ferramenta essencial de incentivo à leitura nas escolas: “O maior desafio hoje da educação, das escolas e dos pais é incentivar a leitura dos nossos estudantes.”

Exposições fotográficas

A programação também conta com exposições fotográficas, como a “Mutirão Artes nas Ruas”, que apresenta um resgate documental de grafites de jovens de periferias em Natal — com imagens de comunidades como Mosquito, Paço da Pátria, Maruim, África, Leningrado e Sarney. “É um resgate de 13 anos de resistência nas periferias”, afirma o autor da exposição, Jr Palhares.

Outro destaque é o trabalho do educador Luciano Capistrano, que utiliza a fotografia como ferramenta de reflexão e pertencimento. Ele defende que a comunidade reconheça o valor simbólico dos espaços urbanos onde vive. “A ideia é essa: é dizer, olha, a cidade é sua, se aproprie dela”, afirma.

 Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário