Testes antiveneno causam muito sofrimento aos animais usados em grande quantidade. Eles acabam sacrificados
Assim, isso se explica porque é necessário um número muito grande de roedores criados no Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz) e chegam até a fase adulta para que possam ser utilizados em pesquisas.
Renata Norbert explicou que o
teste para antiveneno causa muito sofrimento aos animais usados em grande
quantidade, e que, após esse método, são sacrificados. “Trata-se de um teste
longo e doloroso, sem anestesia”, esclarece. Daí a razão de a pesquisa buscar
sua substituição por ensaios in vitro.
O método desenvolvido pela
bióloga no INCQS “é simples e rápido. A gente libera o resultado em uma semana,
enquanto os camundongos levam pelo menos um mês na produção até chegarem à fase
adulta. Depois, ainda vão para o INCQS para aclimatar e ficam dias no
laboratório, antes de serem experimentados. O nosso método é
simples, então dá uma diferença grande. Após a validação, vai ser um ganho
muito grande”, assegura.
O INCQS já utiliza a
metodologia de células para liberação de vacinas. Para venenos, o estudo de
Renata é pioneiro. Ela pretende estender a pesquisa internacionalmente
para outros tipos de serpente Bothrops “porque, se ela é efetiva
para Bothrops jararaca, também pode ser para Bothrops Asper,
encontrada na América Central e no norte da América do Sul. Na Costa Rica, por
exemplo, seria muito importante”.
Envenenamento
Para o INCQS, as
serpentes Bothrops são responsáveis por cerca de 90% dos casos de
envenenamento por cobras em humanos no Brasil. Além da possibilidade de levar a
pessoa a óbito, a peçonha desses répteis pode causar hemorragia, necroses ou
mesmo amputações dos membros afetados.
Apesar disso, o envenenamento
por Bothrops não desperta o interesse comercial da indústria
farmacêutica privada, informou o Instituto Nacional de Controle da Qualidade em
Saúde. Daí, a Organização Mundial de Saúde (OMS) o classifica como doença
tropical negligenciada.
O antiveneno e os ensaios para
verificar sua qualidade são feitos pelas unidades do Sistema Único de Saúde
(SUS), como o INCQS/Fiocruz, Instituto Vital Brasil, Instituto Butantan e
a Fundação Ezequiel Dias.
Agência Brasil
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