As estações de metrô e os
pontos de ônibus ficaram lotados durante a tarde. Segundo a PM, criminosos da
facção Comando Vermelho receberam ordens para fechar as principais vias da
cidade.
Tiroteio
A professora Marise Flor
conta que ficou no meio de um tiroteio ao pegar um ônibus de volta para
casa. O filho chegou a tentar buscá-la de carro, mas não
conseguiu passar pelos bloqueios. Ela precisou descer na estação Outeiro
Santo, no corredor Transolímpica, em Jacarepaguá, na zona oeste por causa das
barricadas, montadas pelas facções criminosas.
Segundo ela, os policiais
militares chegaram e atiraram para dispersar os moradores que insistiam em
permanecer no local. Neste momento, Marise Flor voltou para dentro da
estação para fugir dos tiros.
“Entrei na estação de volta
por baixo da roleta para me esconder dos tiros”.
A professora tentou pegar um
carro de aplicativo. “Só depois consegui sair da estação. Meu filho
conseguiu me pegar e cheguei em casa”.
Ela conta que a situação de
desespero provocou dor no estômago. “Em seguida, desabei. Tive uma crise
de choro”.
Barricadas
A atendente de um quiosque de
sorvete em um supermercado no Engenho Novo, Mariana Colbert, de 24 anos
e grávida de 4 meses, conta que às 8h30 as ruas onde vive, no Engenho da
Rainha, já estavam fechadas.
De acordo com a jovem, três
ônibus estavam atravessados na pista. Mais de 50 ônibus foram utilizados
como barricadas no Rio de Janeiro.
Ela teve de caminhar
até Inhaúma para pegar um ônibus em direção ao trabalho. Mariana
Colbert conta que o motorista mudou o itinerário para evitar passar
na comunidade comandada pela facção Comando Vermelho, alvo da megaoperação
policial.
“Levei uma hora para chegar ao
trabalho, mas ainda consegui chegar. Muita gente não foi trabalhar, muitas
lojas ficaram fechadas. Quando deu 16h fui liberada. Peguei um Uber, que estava
mais caro, mas consegui chegar rápido em casa. Quando voltei [para casa], a
pista já estava liberada e tinha muita polícia nas ruas”, relata.
Operação Contenção
O Rio de Janeiro passa
pela maior operação de segurança em 15 anos, de acordo com o governo do
estado.
Ao todo, 2,5 mil
policiais civis e militares foram mobilizados em ações nos complexos do Alemão
e da Penha. O objetivo é capturar lideranças criminosas e conter a expansão
territorial do Comando Vermelho.
A operação, que deixa pelo
menos 64 mortos é também a mais letal, superando o número de mortos da operação
no Jacarezinho, que provocou 28 mortes, em 2021.
Agência Brasil

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