Na capital, a movimentação
estimada é de R$ 127,6 milhões, o que representa leve alta de 0,7% em relação
ao ano passado. O IFC avalia que o resultado reflete um mercado maduro, mais
voltado para conversão de vendas do que para expansão de volume. Dos entrevistados,
69,8% pretendem comprar presentes, com tíquete médio de R$ 157,48. O gasto
médio com passeios é ainda maior, chegando a R$ 180,51. A maioria deve deixar
as compras para a semana do Dia das Crianças (70,5%), pesquisando preços antes
de decidir (75,5%). O pagamento à vista será a principal forma escolhida,
citada por 59,2% dos consumidores.
Em Mossoró, o cenário é de maior dinamismo. O comércio local deve alcançar R$
32,7 milhões, um crescimento de 22,2% em relação a 2024, acima da média
estadual. Apesar de a intenção de compra ser menor que em Natal (57,8%), os
mossoroenses devem gastar em média R$ 143,25 com presentes e R$ 158,68 em
passeios. O comércio de rua lidera as preferências, reunindo 45,2% das compras.
Brinquedos (69,5%) e vestuário
(42,8%) são os itens mais procurados, enquanto os eletrônicos seguem em
expansão, representando 13,4% das intenções. Diferentemente da capital, em
Mossoró o parcelamento domina as formas de pagamento (54,6%).
Juntas, as duas cidades concentram grande parte da expectativa de vendas no
estado. O IFC sugere estratégias distintas para cada mercado. Em Natal, ações
de desconto para Pix, combos de produtos e parcerias com o setor de lazer podem
atrair consumidores. Já em Mossoró, onde o consumo cresce de forma acelerada, o
parcelamento, campanhas de vizinhança e horários estendidos são considerados
fundamentais para atender à alta demanda da véspera da data.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) também realizou uma
pesquisa de Intenção de Compras para a data neste ano, com o Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Offerwise Pesquisas. Este levantamento
aponta que o brasileiro deve movimentar R$ 16,7 bilhões no varejo para o Dia
das Crianças. “O Dia das Crianças é uma data importante para o varejo, pois é
um aquecimento para as vendas de fim de ano. Serve de termômetro para a Black
Friday e para o ciclo natalino”, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes
Lojistas de Natal (CDL), José Lucena.
Segundo ele, os resultados
servem como base para que empresários decidam sobre campanhas de marketing e
até sobre contratações temporárias. Para ele, apesar da cautela dos
consumidores, há disposição em manter a tradição de presentear. “A estimativa
de movimentação de R$ 16,73 bilhões mostra a força do setor, ainda que este ano
o ticket médio esteja mais baixo. Isso revela um consumidor cauteloso, que
busca equilibrar orçamento e desejos, mas que não abre mão de ver a alegria das
crianças”, avalia. Segundo ele, esse tem sido um comportamento recorrente
observado pela CDL nas datas comerciais de 2024 e 2025.
Comércio sente impacto
positivo
No tradicional bairro
comercial do Alecrim, em Natal, a expectativa já se transforma em realidade.
Lojas populares de brinquedos, roupas e acessórios registram aumento no
movimento e se preparam para o pico de vendas até o fim de semana. Damiana
Gondim, repositora de uma dessas lojas, relata o crescimento nas vendas. “O
setor de brinquedo está bombando. Nosso preço é único, a gente se preparou com
antecedência e o estoque está cheio de mercadoria. Mas as pessoas têm que se
antecipar para evitar filas longas ou não encontrar mais o que procura, porque
o movimento vai ser grande”, comenta.
Segundo ela, muitos clientes
estão buscando itens também para revenda e doações. É o caso da dona de casa
Rosiane da Conceição. Ao fazer suas compras, ela reforçou o caráter afetivo da
data. “Eu tenho muito prazer de sempre presentear, gosto muito de criança e de
ver a alegria delas. Hoje vou comprar presentes para seis crianças, filhos de
amigos, porque os meus já cresceram e ainda não tenho netos. Sempre faço uma
brincadeira no Dia das Crianças ou no São João. É maravilhoso participar desse
momento”, afirma.
A oportunidade de solidariedade se estende a outros consumidores. A cliente
Luísa Melo explica que costuma aproveitar as promoções da data para comprar em
quantidade e doar. “Aqui dá para dar uma lembrancinha para as crianças. Quem
gosta de fazer doação também encontra preços em conta. Eu sempre procuro um
lugarzinho para doar, porque meu trabalho também pede brinquedos para caridade.
Então, compro tanto para minha filha quanto para vizinhos ou instituições”,
diz.
O comportamento dos
consumidores também confirma o clima de otimismo. Francisca Zuleide saiu de
Parnamirim para fazer compras em Natal e conta que já garantiu um presente para
a filha. “A minha filha estava pedindo uma cafeteria de brinquedo. Apesar de eu
já ter comprado, guardei surpresa. Foi uma geladeira de brinquedo que ela
também queria”, relata.
Perspectiva para os próximos
meses
Para o presidente da CDL
Natal, a confiança dos consumidores, mesmo diante de um cenário de cautela
econômica, é um fator positivo para o setor. “Em Natal, acompanhamos essa
tendência: os consumidores estão atentos ao custo-benefício, valorizam a
qualidade e a segurança dos produtos e dão preferência a presentes que unem
utilidade e diversão. Isso reforça a importância do comércio local estar
preparado, oferecendo opções diversificadas, promoções atraentes e atendimento
de excelência”, pontua Lucena.
A data, considerada um dos
principais marcos do calendário varejista, deve consolidar o movimento que
antecede as grandes campanhas de novembro e dezembro. “Mesmo diante de um
cenário de retração no poder de compra, o fato de 70% das pessoas planejarem ir
às compras demonstra confiança no varejo e disposição para movimentar a
economia. Para nós da CDL Natal, esse é um sinal positivo de que, quando o
comércio se reinventa e mantém o foco no cliente, a data se transforma em
oportunidade de vendas e de fortalecimento da relação com os consumidores”,
completa.
Números
R$ 180,51 – Será o gasto médio
dos natalenses com passeios no Dia das Crianças
70,5% – É o percentual de
entrevistados que devem deixar para comprar na semana do Dia das Crianças
Tribuna do Norte
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