Segundo a SPE, a projeção de
redução da inflação ocorre no contexto de excesso de oferta de bens em escala
mundial, como reflexo do aumento nas tarifas comerciais, especialmente o
tarifaço aplicado ao país pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O boletim também aponta a
menor inflação no atacado agropecuário e industrial, além dos efeitos defasados
do real mais apreciado como elementos que contribuíram para a redução na
previsão. Outro ponto é que essa estimativa considera bandeira amarela para as
tarifas de energia elétrica, em dezembro.
A projeção é de que o IPCA
continue projetado acima do teto da meta de inflação para o ano, definida pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5
ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite inferior é 1,5% e o
superior é 4,5%.
Já para 2026, a projeção é de
que a inflação, medida pelo IPCA, se mantenha em 3,6%, convergindo para o
centro da meta de 2027 em diante.
Em relação aos demais índices
de inflação, a SPE também revisou as estimativas. O Índice Nacional de Preços
ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e
corrigir aposentadorias, se manteve com variação de 4,7%, mesma projeção do
boletim anterior.
A projeção para o Índice Geral
de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o
custo da construção civil e o consumidor final, caiu de 4,6% para 2,6% este
ano. Por refletir os preços no atacado, o IGP-DI é mais suscetível às variações
do dólar.
PIB
Em relação à estimativa de
crescimento da economia brasileira neste ano, também houve uma revisão para
baixo, de 2,5% para 2,3%. O boletim explica que a revisão está relacionada ao
resultado abaixo do esperado observado para o Produto Interno Bruto (PIB, soma
dos bens e serviços produzidos no país) do segundo trimestre comparativamente
ao projetado em julho, repercutindo canais potentes de transmissão da política
monetária ao crédito e atividade.
“Esse quadro de desaquecimento
da atividade econômica está associado à política monetária restritiva, levando
à desaceleração do crédito. Com a taxa de juros básica em 15% ao ano, já se
observou redução na expansão interanual das concessões reais de crédito de
cerca de 10,5% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 para 2,4% no
trimestre encerrado em julho”, aponta o boletim.
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