A cronologia estimada é de que
a primeira queda ocorreu no dia 20 de junho, por volta das 17h, no horário da
Indonésia. Juliana caiu cerca de 220 metros até um paredão rochoso. Em outro
momento, escorregou de costas por mais 60 metros e sofreu uma segunda queda.
Com o impacto, ela sofreu
lesões poliviscerais e politraumatismo, que provocaram uma hemorragia interna.
Entre 10 e 15 minutos depois, por volta das 12h do dia 22, ela morreu. O corpo
ainda deslizaria mais até o ponto onde foi encontrado, a 650 metros de
profundidade.
A primeira equipe de resgate
saiu da base do parque quatro horas depois do acidente. Segundo Mariana Marins,
irmã de Juliana, a equipe do Basarnas, como é conhecida a instituição nacional
de resgate da Indonésia, desceu 150 metros de rapel, mas Juliana já estava em
um ponto mais abaixo.
Dois dias depois, ela foi
localizada por meio de um drone térmico, mostrando que ainda estava viva
naquele momento. As equipes só conseguiram chegar até a jovem no dia 24 e o
resgate do corpo ocorreu no dia 25.
Perícia no Brasil
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, foram relatadas dificuldades para
fazer a autópsia, como o fato de o corpo já estar embalsamado, o que
comprometia parte das análises, como verificação de sinais clínicos e horário
mais preciso da morte.
Por meio de vestígios
presentes no couro cabeludo, foi possível estimar a hora da morte de Juliana.
Em um aparelho de radiologia, verificaram-se as fraturas nas costelas, no
fêmur, na pelve, com sangramento intenso.
“Foi uma autópsia totalmente
contaminada no sentido técnico. Os órgãos já estão praticamente sem sangue,
pálidos, e naturalmente se fez necessário um processo de embalsamamento com
formol. Tem um prejuízo, mas o formol possibilitou conservar as lesões externas
e os órgãos internos”, disse o perito Reginaldo Franklin.
A irmã de Juliana, Mariana
Marins, reforçou as críticas sobre como as equipes de resgate agiram durante
todo o processo. Ela acredita que se tivessem agido de maneira mais rápida, a
irmã poderia ter sido salva.
“Estávamos esperando esse
momento do laudo. Agora, vamos ver o que fazer. Só do Basarnas ter sido chamado
um período longo depois do acidente já é algo a ser considerado. Já sabiam que
era um acidente grave. E estavam sem o equipamento correto para chegar até o
local. São vários pontos a ser considerados”, disse Mariana.
A defensora pública federal
Taísa Bittencourt disse que existem três possíveis desdobramentos a partir da
divulgação da autópsia brasileira.
“Sobre a investigação
criminal, a Defensoria requereu que a Polícia Federal instaure inquérito
policial para investigação. É um fato ocorrido no exterior e incide o princípio
da extraterritorialidade. Essa investigação depende de uma requisição do ministro
da justiça. Na esfera cível, a família tem possibilidades efetivas de
procuração na própria Indonésia em relação a indenização por dano moral. E a
questão internacional que envolve questões diplomáticas é de levar o caso para
uma comissão de direitos humanos da ONU”, disse a defensora.
Agência Brasil

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