O debate busca trazer reflexões e propor encaminhamentos para a questão. "O trabalho de cuidado é um elemento essencial para a sustentação da vida e do funcionamento da sociedade. No entanto, sua distribuição é profundamente desigual, recaindo de maneira desproporcional sobre as mulheres, especialmente as negras e periféricas", justificou a parlamentar.
Isolda, em sua justificativa para propor a audiência, afirmou que o trabalho de cuidado segue sendo desvalorizado e precarizado. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 76,2% do trabalho de cuidado no mundo não é remunerado, sendo 80% realizado por mulheres.
No Brasil, as trabalhadoras do cuidado remunerado, como cuidadoras de idosos, babás e empregadas domésticas, estão majoritariamente na informalidade, com baixa remuneração e acesso precário a direitos trabalhistas.
Além disso, o Brasil enfrenta um acelerado processo de envelhecimento populacional, aumentando a demanda por cuidados de longo prazo. Ao mesmo tempo, a oferta familiar de cuidados está diminuindo devido ao crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho e à redução do tamanho das famílias. "Esses fatores compõem um cenário de crise dos cuidados, que exige respostas estruturantes do Estado para garantir que o cuidado seja tratado como um bem público e um direito fundamental", afirmou a deputada.

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