De acordo com a Secretaria de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), responsável por coordenar
o planejamento, a ideia é que sejam pensadas ações preventivas diante da
recarga baixa dos açudes potiguares. A pasta reforçou, contudo, que somente a
partir do próximo encontro será possível esclarecer informações mais precisas
sobre a iniciativa.
A discussão do plano teve
início na última terça-feira (13), após os resultados da quadra chuvosa de 2025
apontarem que as chuvas nas regiões onde estão localizados os principais
reservatórios públicos do Estado ficaram abaixo do previsto. Segundo dados da
análise climática da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), no período de janeiro a abril/2025, choveu -15,7% do que era esperado
na região Oeste e -16,7% na região Central.
O meteorologista da Emparn,
Gilmar Bristrot, esclarece que os primeiros quatro meses do ano geralmente são
marcados por chuvas e a redução desse ano foi significativa. “Há um déficit
acumulado e isso fez com que houvesse dificuldade na agricultura e também no
armazenamento de água. Os principais reservatórios do estado estão localizados
na região Central e Oeste, então vai haver uma dificuldade no segundo semestre
do ano, que é um semestre seco”, complementa.
Em relação ao percentual de
volume das barragens, o meteorologista esclarece que a Emparn realiza uma
análise por bacias. Na bacia Apodi-Mossoró, que contempla os açudes da região
do Alto Oeste e o de Santa Cruz, por exemplo, o percentual atual é de 63%. A
Bacia do Piranhas-Açu, que agrega a barragem Armando Gonçalves, está com quase
55%.
Bristot: “Vai haver dificuldade no
segundo semestre” | Foto: Adriano Abreu
Apesar de os dados não serem
preocupantes, a média de volume das bacias do RN apresenta um percentual
inferior ao de 2024. “No geral, quando consideramos o estado como um todo,
estamos com 57% . Nessa mesma época, no ano passado, estávamos com 75%. Então
temos uma situação pior do que no período anterior, certamente porque em março
e abril as chuvas que caíram não contribuíram para o armazenamento de água nos
principais reservatórios”, explica Gilmar Bistrot,.
Nas regiões Agreste e Leste,
por outro lado, o meteorologista aponta que os meses de junho, julho e agosto
ainda devem ser marcados por chuvas. Já o período de estiagem deve ter início
em junho e seguir até janeiro de 2025, embora os efeitos da falta da chuva já
possam ser sentidos em cidades do interior potiguar desde março.
Para o plano de convivência do
Governo do Estado, Gilmar Bistrot defende que a prioridade deve ser a
manutenção do abastecimento das cidades que deverão ser impactadas ao longo do
segundo semestre do ano, especialmente nas regiões Oeste e Seridó. “Na segunda
etapa, seria fornecer suporte, principalmente para os pequenos e médios
agricultores para que eles possam manter seus rebanhos e atividades
econômicas”, complementa.
Em resposta à TRIBUNA DO
NORTE, a Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do Estado (Sape/RN)
informou que a pasta vai realizar uma reunião interna para definir as
principais contribuições da pasta que serão apresentadas na reunião da próxima
semana. A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, por sua vez, também
reforçou que somente a partir da apresentação dos dados pelas secretarias será
possível cruzar as informações para definir os principais pontos do plano.
Tribuna do Norte

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