Os dados constam na edição de
maio do Boletim Mensal de Monitoramento da Inflação dos Alimentos, realizado
pelo instituto. A publicação revelou ainda que mais de 70% da população
brasileira não tem renda suficiente para arcar com os custos dessa alimentação
adequada e com as demais despesas.
Além disso, a entidade
ressalta que mais de 10% da população vive com uma renda inferior ao valor
total da cesta, o que equivale a cerca de 21,7 milhões de pessoas.
“Essa estimativa revela que,
mesmo sendo um direito garantido, a alimentação adequada está fora do alcance
da maioria da população. Nosso objetivo é evidenciar a distância entre a
garantia constitucional e a realidade econômica das famílias”, afirmou, em
nota, o gerente de Inteligência Estratégica do Pacto Contra a Fome, Ricardo
Mota.
Sem monitoramento contínuo e
políticas públicas efetivas e baseadas em evidências, o enfrentamento da
insegurança alimentar continua ineficaz.
Para calcular o custo da cesta
ideal, o instituto usou como base a cesta do Núcleo de Epidemiologia e Biologia
da Nutrição (NEBIN), da Universidade de São Paulo (USP), composta por alimentos
in natura e minimamente processados, alinhada ao Guia Alimentar para a
População Brasileira e à Comissão EAT-Lancet.
Inflação
Segundo o boletim, o impacto
da inflação alimentar é até 2,5 vezes maior para famílias vulneráveis do que
para as de alta renda.
A publicação destaca a pressão dos preços do setor alimentício
na inflação do mês de abril. O grupo de Alimentação e Bebidas subiu
0,82% no mês, com destaque para a alta expressiva nos preços da batata
(18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%) - alimentos que lideraram o
impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No mesmo mês, o índice geral
[IPCA] ficou em 0,43%, o que reforça o peso desproporcional da inflação de
alimentos sobre o custo de vida das famílias, principalmente as de menor renda,
concluiu o Pacto Contra a Fome.
A avaliação do instituto é
que, embora haja queda em produtos como arroz (-4,19%), mamão (-5,96%) e feijão
preto (-5,45%), a pressão inflacionária continua concentrada em itens
essenciais e in natura, sensíveis a variações climáticas e sazonais.
Agência Brasil

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