O Brasil aparece na 84ª
colocação com um IDH de 0,786 (em uma escala de 0,000 a 1,000), um índice
considerado de desenvolvimento alto. Em relação a 2022, o IDH do país cresceu
0,77% porque o índice era de 0,780 (ajustado este ano).
Em 2022, o Brasil estava na
89ª posição, o que significa que o país subiu cinco colocações. No IDH de 2022
ajustado este ano, no entanto, o país estava na 86ª posição e, portanto, subiu
duas colocações no ranking (ultrapassando a Moldávia e empatando com Palau).
O relatório também mostra a
evolução do país nos períodos de 2010 a 2023 (um aumento médio anual de 0,38%)
e de 1990 a 2023 (um crescimento médio de 0,62%).
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Segundo o Pnud, os países são
divididos em quatro grupos, de acordo com o IDH. Aqueles com pontuação a partir
de 0,800 são considerados de alto desenvolvimento humano. Setenta e 74 países
estão nessa situação. O Chile é o país na melhor posição entre as nações da
América Latina e Caribe (45ª posição, com 0,878 ponto).
Outros nove latino-americanos
e caribenhos estão neste grupo (Argentina, Uruguai, Antígua e Barbuda; São
Cristóvão e Névis; Panamá; Costa Rica; Bahamas; Barbados; e Trinidad e Tobago).
Na média, o IDH da região subiu 0,778 em 2022 para 0,783 em 2023 (alta de
0,64%).
Pontuação
Além do Brasil, outros 49
países são considerados de desenvolvimento alto (com pontuação de 0,700 a
0,799). As nações de desenvolvimento médio (de 0,550 a 0,699) somam 43,
enquanto aqueles com desenvolvimento baixo (abaixo de 0,550) são 26.
A Islândia ultrapassou a Suíça
e a Noruega e agora é o país com maior IDH do mundo (0,972). As seis primeiras
colocações, aliás, são de países europeus (Dinamarca, Alemanha e Suécia, além
dos três mencionados).
Já o Sudão do Sul, nação mais
jovem do mundo, criada em 2011, tem o pior indicador (0,388). As nove últimas
posições são ocupadas por países africanos. O Iêmen, palco de uma guerra civil
que dura anos no Oriente Médio, tem o décimo menor IDH.
O IDH médio mundial chegou a
0,756 em 2023, um aumento de 0,53% em relação ao ano passado (0,752). Segundo o
coordenador do relatório, Pedro Conceição, esse é o maior patamar de
desenvolvimento humano desde o início do levantamento.
“Mas há dois aspectos
preocupantes nessa conquista. Primeiro é o fato de que estamos progredindo de
forma mais lenta. Na verdade, é o progresso mais lento na história, se não
considerarmos o período de declínio do IDH [devido à pandemia de covid-19]. Se continuássemos
a ter o progresso que tínhamos antes de 2020, estaríamos vivendo em um índice
de desenvolvimento muito alto em 2030. Mas a tendência agora é que [o
progresso] achatou um pouco e esta marca de viver num Índice de Desenvolvimento
Humano muito elevado foi adiada por décadas”, disse Pedro Conceição.
Para ele, o segundo aspecto é
que países com IDH baixo estão ficando para trás. “[Isso aconteceu] pelo quarto
ano consecutivo. E isso representa uma ruptura com uma tendência que já vinha
ocorrendo há décadas, na qual víamos uma convergência no Índice de
Desenvolvimento Humano entre os países”.
De acordo com a pesquisa, a
média dos países de IDH muito alto é de 0,914 ponto, enquanto aqueles com IDH
baixo têm uma média de 0,515.
Outros dados
O relatório da ONU também
apresenta um ajuste do IDH levando em consideração o aspecto da desigualdade
social. Nesse caso, o IDH do Brasil é ajustado para 0,594, o que faz com o país
fique apenas na 105ª posição global e caindo para categoria de IDH médio. No
caso da primeira colocada, Islândia, por exemplo, o IDH tem pouco ajuste,
ficando em 0,923. O IDH mundial ajustado fica em 0,590.
No caso da comparação entre
gêneros, o IDH das mulheres (0,785) é um pouco melhor do que o dos homens
(0,783) no país. As mulheres brasileiras têm indicadores melhores de
expectativa de vida e de escolaridade, mas perdem no PIB per capita.
Já em relação ao IDH ajustado
pela pegada de carbono de cada país, o Brasil apresenta IDH de 0,702, mas se
posiciona melhor no ranking mundial, na 77ª posição.
Inteligência artificial
O tema deste ano do relatório
é a inteligência artificial. O administrador do Pnud, Achim Steiner,
afirmou que é importante não ser governado por uma tecnologia, mas sim usá-la
para o progresso do desenvolvimento humano.
“Nossa capacidade de explorar
no sentido positivo essa nova fronteira, mas também de nos proteger, exige, por
definição, cooperação internacional, inclusive por parte de países mais ricos,
ajudando os países mais pobres a, antes de tudo, se tornarem parte dessa
economia de desenvolvimento emergente do futuro”, explicou Steiner.
Para ele, é importante
garantir que a Inteligência Artificial “seja realmente algo que nos dará, como
seres humanos, a oportunidade de aumentar nossa engenhosidade, nossa
diversidade, nossa imaginação, nosso empreendedorismo e, acima
de tudo, uma confiança de que, no século XXI,
podemos nos desenvolver e prosperar juntos, ao mesmo tempo em que enfrentamos
os riscos para o nosso futuro juntos” finalizou.
Agência Brasil

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