Segundo dados apresentados
pelo Governo, o estoque da dívida ativa do Rio Grande do Norte ultrapassa R$ 10
bilhões. Desse montante, 95,87% correspondem a ICMS; 1,38% a IPVA; e 2,75% a
outros débitos. Apresentado pelo Governo do Estado no começo do mês de março, a
nova legislação cria um canal permanente de negociação entre o Estado e os
devedores, permitindo condições personalizadas para a regularização fiscal. O
objetivo é limpar os nomes das empresas na lista de inadimplência e, ao mesmo
tempo, aumentar a arrecadação tributária.
“O PL trata da lei da transação tributária é uma maneira de se negociar e
regularizar a sua atividade junto à dívida ativa e a fazenda estadual. Com
isso, a transação, diferentemente do Refis, vai dar descontos para quem
realmente não tem condições de pagar e para quem tem condições de pagar de
acordo com sua capacidade de pagamento”, explica José Duarte Santana.
Aprovado de maneira unânime na ALRN, as expectativas agora passam pela sanção
da governadora Fátima Bezerra (PT). Uma vez sancionado, o projeto precisará ser
posteriormente regulamentado pelo Governo para em seguida ser lançado o edital
com as regras para os devedores.
“Depois de sancionado, a Sefaz e a PGE vão regulamentar. Com isso, quem tiver
débitos na Sefaz e na PGE poderão regularizar suas situações mediante pagamento
com descontos”, explica. A nova lei permitirá descontos de até 80% para
empresas que encerraram suas atividades, oferecendo maior flexibilidade na
negociação das dívidas. Atualmente, legislações semelhantes já estão em vigor
em 21 estados brasileiros. A legislação é diferente de um Refis, por exemplo.
“A diferença disso para o Refis é que o Refis é um desconto linear para todo
mundo, inclusive para quem tem condições de pagar e para quem não tem. Na
transação o devedor pega sua capacidade de pagamento e seu débito e vamos
analisar quanto é que o devedor vai poder comprometer do seu faturamento para
pagar esse débito. Empresa que está fechada, por exemplo, que sabemos que esse
crédito é irrecuperável, vamos dar descontos maiores”, explica.
Segundo publicação da Folha de S.Paulo em março, os estados brasileiros,
juntos, tentam receber R$ 1,17 trilhão em débitos registrados na Dívida Ativa,
valor equivalente a um ano e quatro meses de arrecadação desses entes. O dado
faz parte do Atlas da Dívida dos Estados Brasileiros, da Fenafisco.
Tribuna do Norte

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