Quatro equipes, dois Senna
O hoje comentarista da TV Globo escreveu sobre a origem da Red Bull, que nem sempre pertenceu ao grupo do austríaco Dietrich Mateschitz e teve o poderio atual, com Adrian Newey, Sebastian Vettel e orçamento de R$ 550 milhões por ano. Para quem não sabe, a Red Bull foi montada sobre a estrutura da Jaguar, por sua vez erguida após a compra da Stewart, fundada em 1997 pelo tricampeão mundial Jackie Stewart.
Foi aí que comecei a fazer uma retrospectiva da história de algumas equipes e me lembrei de fatos curiosos. Você sabia, por exemplo, que a Mercedes ainda carrega um pouco da lendária equipe Tyrrell? Isso mesmo. Veja só: em 1998, a Tyrrell foi vendida para o grupo comandado por Craig Pollack e Jacques Villeneuve, que fundaram a BAR (British American Racing) em 1999.
No final de 2005, a Honda, que fornecia motores à BAR, comprou a equipe. Em 2008, a mesma Honda deixou a Fórmula 1 por conta da crise financeira internacional. Em 2009, o que sobrou da equipe virou a Brawn, campeão mundial naquele ano. Ainda bem, porque a história relâmpago de sucesso da Brawn acabaria por ali. Em 2010, a Mercedes, fornecedora de motores da Brawn, comprou a equipe. E é este quadro que se mantém até hoje.
A Force India é outra que traz em seus motorhomes a história de uma das equipes mais carismáticas da história. Sim, estamos falando da Jordan, vendida pelo folclórico Eddie Jordan em 2005. A equipe que promoveu a estreia de Michael Schumacher na Fórmula 1 acabou virando Midland em 2006 e Spyker em 2007. Em 2008, a Force India assumiria a estrutura.
Mas a coincidência mais, digamos, “assustadora” que encontrei foi na Lotus. A equipe que serviu a Bruno Senna nas últimas corridas de 2011, quem diria, encontra suas raízes na Toleman pilotada por Ayrton Senna em 1984. Sim, a mediana Toleman, com a qual o jovem estreante Senna conseguiu um segundo lugar nas ruas molhadas do principado de Mônaco.
Em 1985, quando Ayrton partiu para a Lotus “de verdade” – esta encerraria suas atividades em 1994 –, a Toleman foi vendida para o grupo Benetton, até então apenas uma grife de roupas. A Benetton deu dois títulos a Michael Schumacher (1994 e 1995), rendeu fama a Flávio Briatore e sobreviveu até 2001, quando foi comprada pela Renault.
Com a crise de 2008, o time francês foi saindo aos pouquinhos e vendeu a equipe para o grupo Genii, por sua vez dono de parte da Lotus Cars. Veja você: a equipe mudou de nome e de dono, mas serviu a Ayrton Senna, Michael Schumacher e Fernando Alonso, sem dúvida os maiores talentos dos últimos vinte anos, e, recentemente, a Bruno Senna. Não deixa de ser curioso.
A Sauber tem outra história interessante: seu ex-dono, Peter Sauber, vendeu a equipe para a poderosa BMW e continuou apenas como consultor do time. Com a saída dos alemães, também motivada pelos altos custos e pela crise de 2008, Sauber viu-se na posição de “adotar” sua própria ex-equipe.
A Toro Rosso é outra que carrega história: a equipe que deu a primeira vitória a Sebastian Vettel nasceu sobre os escombros da valente Minardi, vendida em 2005.
É fácil perceber que as fabricantes de automóveis injetarem um dinheiro absurdo na categoria nos anos 1990 e 2000, mas cansaram da brincadeira (vimos as debandadas de Jaguar, Honda, Toyota, BMW e Renault) e deixaram o negócio novamente nas mãos de quem entende.
Ferrari sempre foi Ferrari e McLaren sempre foi McLaren. Não por acaso, são as marcas mais valiosas do grid e nunca deixaram de brigar pelas primeiras posições. História bem diferente da vivenciada pela decadente Williams, que também nunca abriu mão de seu nome nem de sua autonomia em prol de uma montadora. Mas isso é assunto para outro post.
Fonte: Yahoo Notícias

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