Setores de comércio e serviços foram os que mais criaram vagas no RN, segundo o Caged | Foto: ALEX RÉGIS
O Rio Grande do Norte
registrou um saldo de 1.548 novos empregos formais em novembro de 2025, segundo
dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número
representa o menor saldo positivo entre os estados da região Nordeste que geraram
empregos durante o mês e representa uma redução de 34,4% em relação ao mesmo
período de 2024, quando foram criados 2.361 novos empregos. No desempenho
geral, porém, o Piauí apresentou saldo negativo (-1.048), registrando mais
demissões do que admissões.
Play VideoO saldo do RN em novembro foi resultado de 18.533 admissões e 16.985 desligamentos. Em relação ao valor acumulado do ano até novembro, foram 21,1 mil vagas, o terceiro menor entre os estados do Nordeste e o menor resultado do Estado para o período desde 2021.
Na região Nordeste, os maiores
saldos foram registrados por Pernambuco (8.996), Bahia (8.763), Ceará (5.874) e
Paraíba (4.078). Em todo o Brasil, foram gerados 85.864 postos de trabalho no
mês, resultado de 1, 9 milhões de admissões e 1,8 milhão de desligamentos.
De acordo com o economista
Thales Penha, embora o saldo do RN apareça entre os menores do Nordeste, é
preciso avaliar o cenário geral do Estado considerando a taxa de desemprego.
Segundo ele, a realidade acompanha o cenário do país, que atingiu o menor patamar
no trimestre encerrado em novembro, com 5,2%, desde o início da série
histórica, em 2012, segundo o IBGE.
Como o Caged acompanha o fluxo
de admissões e o aquecimento da economia, a redução no desemprego reflete
diretamente no saldo de novas contratações. “Se a economia está superaquecida,
esse fluxo fica muito menor, porque estamos atingindo o chamado pleno emprego,
que acontece quando todas as pessoas que estão disponíveis para trabalhar estão
trabalhando. Já os desempregados estão no chamado desemprego friccional, saindo
de um emprego para outro, ou estão optando por não trabalhar e esperando a
melhor oportunidade”, explica.
Na avaliação do titular da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (Sedec), Alan Silveira, o saldo
do Rio Grande do Norte pode ser considerado positivo diante de fatores como o
tarifaço dos EUA, a alta taxa de juros (atualmente em 15%), além das limitações
da indústria de energias renováveis por conta da falta de infraestrutura de
transmissão.
“É um saldo positivo que
superou as nossas expectativas, pois vínhamos em um ritmo de redução na geração
de emprego, mas logo em seguida começou a ter um balanço positivo. Então o
resultado é positivo, mesmo o RN ficando abaixo de alguns estados”, esclarece o
secretário.
Na divisão por setor, o saldo
de novembro foi puxado principalmente pelos setores de comércio e serviços,
sendo o primeiro responsável pela criação de 1,03 mil vagas e o segundo por 518
vagas. Já o setor de indústria aparece com 418 vagas, enquanto os segmentos de
Agropecuária e Construção tiveram saldo negativo de -207 e -259,
respectivamente.
Segundo Thales Penha, os
resultados dos setores precisam considerar algumas particularidades ligadas aos
períodos de contratação. Especialmente na construção civil, o economista
destaca que, uma vez aquecido e com todos os postos ocupados, o saldo será menor.
“Já a agricultura depende muito da safra e das condições do mercado
internacional, pois boa parte vai para exportação”, completa.
A sazonalidade nas
contratações por setor também é apontada por Alan Silveira, como o maior
movimento da fruticultura irrigada no período pós-inverno e baixa de
contratações na construção civil ao fim do ano. Ele destaca, por outro lado,
que algumas ações estão sendo realizadas pela Sedec para impulsionar as
exportações.
“Hoje temos alguns programas
como o RN Mais Exportação, no qual estamos fazendo acompanhamento das empresas
que exportam aqui do Rio Grande do Norte. Nossa meta é trabalhar com todas as
empresas que exportam aqui no Estado até 2026. Já temos 55 empresas sendo
acompanhadas pela Sedec/RN e pelo Sebrae/RN”, aponta o secretário.

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