A cesta natalina deverá ficar
até 4,53% mais cara em 2025, de acordo com a prévia do Índice de Preços ao
Consumidor (IPC), divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(Fipe). O aumento será puxado por produtos como peru (que registrou alta de
13,62%), azeitona (+12,53%) e a caixa de bombom (+10,81%). Ao todo, o índice
analisa 15 produtos tradicionais do período, dos quais somente o azeite de
oliva (-23,06%) apresentou redução de preço. Além disso, o chester, muito
utilizado nesta época do ano, mas que não é contabilizado pela Fipe como item
da cesta, ficou 13,85% mais caro.
Já a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) estima que os preços de proteínas como peru e chester devem subir, em média, 5,8% em 2025. Para Mikelyson Góis, presidente da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), os consumidores potiguares devem se preparar, uma vez que o segmento local irá acompanhar a tendência de preços de todo o País. “A boa notícia é que o aumento deste ano está abaixo da alta registrada em 2024. Os valores mais em conta de itens como o azeite podem significar um ponto de alívio, a depender do perfil da família”, afirmou Góis.
Ainda segundo a Fipe, no ano
passado o aumento da cesta natalina em comparação com igual período anterior
foi de 9,16%. Para a professora aposentada Filomena Maria, de 62 anos, os
preços atuais estão dentro do esperado. Ela conta que costuma reunir a família
para celebrar a data em torno de um banquete que costuma levar itens como
chester, ervilha, vinho, chocolate e panetone.
“Considero que os preços estão
estáveis. Já comecei a comprar algumas coisas, mas o chester vai ficar para a
próxima semana. Quero ver se encontro mais barato”, disse Filomena Maria, ao
revelar que já fez pesquisas em diferentes supermercados da capital.
Já a cuidadora de idosos
Erineide dos Santos comentou que o peru sempre foi item indispensável na ceia
de Natal, pelo menos até este ano. O valor mais salgado, no entanto, poderá
fazer com que ela quebre esse tradição em 2025.
“Estou vendo os preços por
onde eu passo e eles estão sempre muito altos. Diante disso, estou analisando
se vou substituir por algo mais em conta. Só sei que a palavra de ordem é
economizar”, comenta, enquanto faz compras em um supermercado na zona Leste de
Natal.
O economista Helder Cavalcanti
explica que a prévia do indicador da Fipe deve se confirmar, levando em conta
principalmente a lei da oferta e da procura. “Em síntese, essa leitura de
mercado obedece a um comportamento macroeconômico. O que pode diferenciar são
fatores locais, como o maior fluxo de turistas em uma determinada região ou
algum fator atípico climático. Mas em linhas gerais o comportamento dos índices
deve ser os que foram divulgados, com registro de alta, embora abaixo do que se
viu em 2024”, afirma.
“Os itens mais caros são os
produtos sazonais, impactados pela lei da oferta e da procura. Mas o fato de o
índice estar abaixo do de 2024 é positivo”, pontua Cavalcanti. Os produtos
avaliados pela Fipe para a cesta natalina são peru, lombo, atum sólido, espaguete,
caixa de bombom, panetone, vinho tinto, champanhe, sucos néctar, molho de
tomate, azeitona, palmito, queijo ralado e azeite extra-virgem.
A Fipe monitorou, ainda, itens
populares nas ceias – aqueles produtos que não são considerados integrantes da
cesta, mas que são bastante utilizados pelos consumidores nesta época, como o
filé mignon, que também apresentou alta no preço (+9,70%). Já o pêssego de
feira e o sorvete sofreram redução nos valores (-6,85% e -6,99%,
respectivamente).

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