Os depoimentos à Polícia
Federal (PF) serão tomados no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em
Brasília (DF), a partir das 14h.
As oitivas são parte
de inquérito, no STF, que apura as negociações sobre a venda do Banco
Master ao BRB, banco público do Distrito Federal (DF).
O BRB tentou comprar o Master
pouco antes do Banco Central (BC) decretar a falência extrajudicial da
instituição, e apesar de suspeitas sobre a sustentabilidade do negócio.
Paulo Henrique Costa foi afastado da presidência da instituição por
decisão judicial.
Em novembro, o ex-presidente
do BRB e Daniel Vorcaro foram alvos da Operação Compliance Zero, que investiga
a concessão de créditos falsos. As fraudes podem chegar a R$ 17 bilhões em
títulos forjados.
As oitivas dos investigados
foram determinadas pelo ministro Dias Toffoli e serão realizadas
individualmente. Inicialmente, o ministro do STF queria uma acareação entre os
envolvidos. Porém, Toffoli definiu, dias depois, que a acareação só deve
ocorrer caso a PF ache necessária. Acareação é quando os envolvidos ficam
frente a frente para confrontar versões contraditórias.
Apesar do diretor do Banco
Central não ser investigado, seu depoimento foi considerado pelo ministro
Toffoli de “especial relevância” para esclarecer os fatos, uma vez que o BC é a
instituição que fiscaliza a integridade das operações do mercado financeiro.
A defesa do banqueiro Vorcaro
informou à Agência Brasil que não vai se manifestar sobre o depoimento porque o
processo corre em sigilo.
A defesa do ex-chefe do BRB,
Paulo Henrique Costa, por sua vez, informou que não se manifesta antes do
depoimento.
O Banco Central também não se
manifestou em relação ao depoimento do diretor de fiscalização da instituição.
BRB quis comprar Master
Em março deste ano, o BRB
anunciou a intenção de comprar o Master por R$ 2 bilhões – valor que, segundo o
banco, equivaleria a 75% do patrimônio consolidado do Master.
A negociação chamou a atenção
de todo o mercado, da imprensa e do meio político, pois, já na época a atuação
do banco de Daniel Vorcaro causava desconfiança entre analistas do setor
financeiro.
No início de setembro, o Banco
Central (BC) rejeitou a compra do Master pelo BRB. Em novembro, foi
decretada falência da instituição financeira.
Compliance Zero
A Operação Compliance Zero é
fruto das investigações que a PF iniciou em 2024, para apurar e combater a
emissão de títulos de créditos falsos.
As instituições investigadas
são suspeitas de criar falsas operações de créditos, simulando empréstimos e
outros valores a receber. Estas mesmas instituições negociavam estas carteiras
de crédito com outros bancos.
Após o Banco Central aprovar a
contabilidade, as instituições substituíam estes créditos fraudulentos e
títulos de dívida por outros ativos, sem a avaliação técnica adequada.
O Banco Master é o principal
alvo da investigação instaurada a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Na nota, o BRB afirmou que
"sempre atuou em conformidade com as normas de compliance e transparência,
prestando, regularmente, informações ao Ministério Público Federal e ao Banco
Central sobre todas as operações relacionadas [às negociações de compra do]
Banco Master".
Agência Brasil

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