Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) vai gastar 57% a mais do que o previsto para uma
reforma geral na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A obra, que deve começar
ainda em novembro, vai custar R$ 34,7 milhões, mais de R$ 12 milhões acima dos
R$ 22 milhões anunciados em abril.
A obra será bancada com verbas da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio da Lei Rouanet.
Responsável pela reforma, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que o
valor cresceu por causa de “ajustes posteriormente feitos”. Foram incluídos no
gasto global custos de administração da obra e de um projeto cultural que
abrange “extenso programa de educação patrimonial”, além de uma “exposição
móvel” e “outras atividades” (leia mais abaixo).
A praça era responsabilidade
do governo do Distrito Federal. O governo Lula decidiu assumir a tarefa de
revitalizá-la depois que a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez
críticas à conservação do local, em 2024.
O espaço, de fato, está
deteriorado há anos, apesar de sua importância simbólica e arquitetônica.
Idealizada por Lúcio Costa e projetada por Oscar Niemeyer no projeto original
de Brasília, a praça fica no centro dos palácios sede dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário.
O governo gastou R$ 744.685,11
com um escritório de arquitetura de Santa Catarina que elaborou o projeto
executivo. O próximo passo é a obra em si. A previsão é concluir uma primeira
etapa em 2026.
O governo federal retirou da
administração distrital a responsabilidade pela obra ao incluir a reforma no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A revitalização da praça foi um
dos 105 projetos de preservação do patrimônio histórico contemplados.
Recentemente, a Praça dos Três
Poderes foi palco dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e de uma
tentativa de explosão de bomba contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Nela
está, entre outras instalações, a Chama Eterna da Democracia, monumento que
simboliza a liberdade e a democracia no Brasil.
A reforma consistirá em
recuperação completa do piso e de estruturas comprometidas, restauro das obras
de arte e monumentos, a revitalização dos espaços culturais e a modernização da
iluminação da praça. Segundo o projeto, o espaço terá ainda espaços de convivência
com bancos e cobertos.
Também estão contemplados:
instalação de câmeras de segurança, iluminação, melhorias na acessibilidade
para pessoas com deficiência, sinalização visual e turística.
As características do projeto
foram apresentados pelo presidente do Iphan, Leandro Grass, em um evento
realizado em abril durante comemorações dos 65 anos de Brasília.
Na ocasião, ele anunciou a
estimativa de R$ 22 milhões e prazo de início das obras até julho deste ano, o
que não foi cumprido. “A Praça dos Três Poderes é a praça mais importante do
Brasil, pois reúne os três poderes e representa a democracia e a inclusão
social”, disse.
Em comunicado sobre o início
da obra, publicado ontem, 1º, o Iphan e o Ministério da Cultura, pasta à qual o
órgão é ligado, reforçaram o peso simbólico da reforma. “Iniciar este restauro
reafirma nosso compromisso com a memória e com o futuro do país. Depois dos
ataques que feriram este espaço, hoje celebramos reconstrução, cuidado e
democracia. Com apoio da Lei Rouanet, garantimos preservação, acessibilidade,
respeito ao projeto original e devolver ao povo brasileiro um espaço que sempre
lhe pertenceu”, disse a ministra Margareth Menezes, da Cultura.
Em nota à reportagem, o Iphan
afirmou que os R$ 34,7 milhões serão captados via Lei Rouanet. A diferença para
a estimativa anunciada inicialmente se deu pela inclusão de custos de
administração da obra e de um projeto cultural que vai acompanhá-la. Só este
projeto terá custo de R$ 5.019.583,79.
“O valor de R$ 22 milhões
mencionado em abril não incluía o projeto cultural e educativo, ajustes
posteriormente feitos, além da administração da obra”, disse o Iphan, em nota.
Estadão Conteúdo

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