Os resultados indicaram que
tomar a vacina reduziu em 58% os casos de câncer do colo do útero e em 67% as
lesões pré-cancerosas graves (NIC3).
Publicada pela
revista The Lancet, a pesquisa indicou que o efeito da vacina foi
consistente mesmo antes da idade indicada para o rastreamento (25 anos). De
acordo com os pesquisadores, os resultados demonstram o potencial do imunizante
como uma das estratégias mais eficazes de saúde pública para salvar vidas e
reduzir desigualdades no acesso à saúde.
“O impacto observado no Brasil
confirma que a vacinação contra o HPV é eficaz não apenas em países de alta
renda, mas também em contextos com recursos limitados. Esse é um passo
fundamental rumo à eliminação global do câncer do colo do útero”, destacam os
autores do estudo. A análise foi conduzida pelos pesquisadores da Fiocruz
Bahia, Thiago Cerqueira-Silva, Manoel Barral-Netto e Viviane Sampaio
Boaventura.
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Avanços
Desde 2014, o Programa
Nacional de Imunizações (PNI) oferece a vacina contra o HPV gratuitamente pelo
SUS. Em 2024, o Brasil adotou o esquema de dose única, alinhado às evidências
científicas mais recentes. Em 2025, novas diretrizes ampliaram a vacinação
para adolescentes de 15 a 19 anos, além de grupos prioritários como usuários de
PrEP, imunossuprimidos e pacientes com papilomatose respiratória recorrente.
O câncer do colo do útero
ainda é o segundo mais comum entre mulheres brasileiras e representa uma das
principais causas de mortalidade feminina. A vacinação é uma ferramenta
decisiva para reduzir desigualdades em saúde e aproximar o Brasil da meta da
Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a doença como problema de saúde
pública.
Vacina
Estima-se que 50% a 70% das
pessoas sexualmente ativas terão contato com o HPV em algum momento da vida. A
vacina protege contra até 98% dos tipos oncogênicos mais perigosos.
Vacinar-se contra o HPV é a
medida mais eficaz de prevenir a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente
pelo SUS e é indicada para: meninas e meninos de 9 a 14 anos; mulheres e homens
que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou
pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos; vítimas de abuso sexual,
imunocompetentes, de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a
vacina HPV ou estejam com o esquema incompleto.
Também podem ser
imunizados, usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, com idade de 15
a 45 anos, que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto
(de acordo com o preconizado para a idade ou em situação especial); e
pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2
anos de idade.
A vacina contra o HPV está
disponível em unidades básicas de Saúde. A vacinação é gratuita. Os centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) disponibilizam a vacina para
pessoas com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos de até 45 anos.
Agência Brasil
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