sábado, 18 de outubro de 2025

Rio Grande do Norte tem potencial para ser destaque em nível nacional

Maurício Velloso destacou a importância de eventos como o Motores para conectar os elos da cadeia produtiva e promover a inovação| Foto.Magnus Nascimento

A pecuária brasileira vive um momento de protagonismo no mundo e o Rio Grande do Norte tem potencial para ser destaque nesse novo ciclo. Essa foi a mensagem central da palestra “A Nova Pecuária Brasileira”, ministrada por Maurício Velloso, engenheiro agrônomo, pecuarista e presidente da Associação Nacional de Confinadores (ASSOCON), durante a 44ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento, promovido pelo Sistema Tribuna de Comunicação, em parceria com o Sebrae-RN, Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern) e apoio institucional do Governo do Estado. O evento aconteceu no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, com a presença de especialistas, produtores e autoridades que debateram caminhos de inovação, agregação de valor e fortalecimento econômico do setor no estado.

“Precisamos rever a forma de enxergar a atividade”, diz Maurício Velloso

Motores conecta estratégia, conhecimento e inovação

RN vive fase de amadurecimento técnico e consolidação produtiva

Nova pecuária exige tecnologia, melhoria da gestão e integração das cadeias produtivas

22 empresas receberam o selo Feito Potiguar

Maurício Velloso destacou a importância de eventos como o Motores do Desenvolvimento para conectar os elos da cadeia produtiva, aproximar produtores, técnicos e pesquisadores, bem como, promover o debate sobre inovação, sustentabilidade e competitividade. Segundo ele, transformar o agro não depende somente de tecnologia, mas de propósito e integração social. “Eu vejo nascer aqui um movimento de todos esses elos das cadeias produtivas da pecuária potiguar. Eu vejo esse nascimento e ele já nasce com muita força porque existe um propósito uno”, afirma.

“O que faz diferença em toda e qualquer história”, diz ele, “é justamente a existência de um propósito e, mais do que isso, é da vontade das pessoas fazerem este propósito vivo a cada dia. E isso é nítido aqui. A gente sente o ar vibrando, a gente sente essa energia, a gente sente esta sinergia de desejos, de capacidades. Estou muito satisfeito de participar desse momento que eu estou considerando ele histórico para o Rio Grande do Norte”, afirma o presidente da ASSOCON.

Maurício Velloso enfatiza, que, apesar de limitações aparentes, o Rio Grande do Norte possui características únicas que podem ser convertidas em vantagem competitiva. Frequentemente visto como algo desafiador, o semiárido oferece condições para produzir alimentos com identidade própria e exclusiva, criando o que ele conceitua como “alimento do deserto”.

“O Rio Grande do Norte reúne características únicas de um bioma único, apesar de nós termos um pouco mais de 400 km de litoral, a grande parte do território do Rio Grande do Norte se debruça sobre uma área de semiárido, que podemos, até num exagero, chamar de ‘deserto’, tem uma condição muito particular de produção, exige técnicas particulares de produção, que existem, e que não são apenas possíveis, mas desejáveis e factíveis”, explica.

Com cerca de 1.300 propriedades rurais, o estado oferece a possibilidade de acompanhamento próximo e personalizado, permitindo capacitação direta e difusão de tecnologias. Maurício Velloso acredita que essa proximidade é uma oportunidade para modernizar o setor, tornando-o mais eficiente e sustentável. “O desafio é fazer com que todos os produtores estejam interligados. E são proprietários que a gente tem sim a condição de conhecê-los individualmente, de buscá-los individualmente, de motivá-los e de capacitá-los a fazer diferente aquilo que alguns já vinham até fazendo bem, outros nem tanto, mas é a nossa obrigação, é o nosso ônus, a gente conseguir trazer esse pessoal de uma agricultura, de uma piquaia quinhentista e fazê-los produtivos, fazê-los eficientes.”

O pecuarista também enfatizou que a nova pecuária depende de integração entre os elos da cadeia produtiva, políticas públicas eficazes e disseminação de tecnologias. Ele vê na Festa do Boi e no seminário Motores do Desenvolvimento oportunidades únicas de provocar mudanças e motivar produtores e instituições a trabalhar de forma coletiva.

“Isso faz toda a diferença e eu acredito que esta Festa do Boi, em particular, ela seja histórica. Eu vejo nascer aqui um movimento do Estado, de todos esses elos das cadeias produtivas da pecuária potiguar”, pontuou.

Maurício Velloso detalha que o Brasil percorreu um caminho histórico que chama a atenção: em poucas décadas, deixou de ser importador e se tornou exportador de alimentos, com reconhecimento internacional em qualidade e sanidade. Ele pontua que o país já conquistou medalhas de ouro em azeites na Grécia, espumantes na França e queijos em Paris, evidenciando a capacidade de competir globalmente.

“De forma geral, o Brasil já é um campeão. Mas o Brasil tem uma dificuldade muito grande de levar essa mensagem de ser campeão em sanidade animal, em segurança alimentar, em sustentabilidade do seu processo produtivo, porque a verdade é que o Brasil é um incômodo nos antigos cartórios mundiais, na produção e na comercialização de alimento”, ressalta.

Tribuna do Norte

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