Segundo o relatório do
deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE), o resultado diz respeito ao
somatório dos recursos alocados, de investimentos e subsídios, com a educação
pública em todos os níveis - infantil, fundamental e superior. A
estimativa é de que o valor fique em R$ 280 bilhões, nos próximos 10 anos, dos
quais R$ 130 bilhões seriam para zerar deficiências históricas, como
analfabetismo, percentual mínimo de pessoas com ensino fundamental e médio,
entre outros, e R$ 150 bi para a manutenção da infraestrutura educacional.
“Estamos aqui evidenciando que
encontramos um número adequado em percentual e a gente não podia deixar de ter
um compromisso com a educação brasileira e repetir um número que vem sendo
repetido a muito tempo que é de 10% [do PIB]. Lá atrás, considerada a questão
demográfica, talvez se precisasse de 10%, mas com a redução da estimativa de
população chegamos a esse percentual”, afirmou Rodrigues durante a apresentação
do parecer.
O PNE traça 19 objetivos a
serem alcançados na próxima década. Para cada objetivo previsto no plano, foram
estabelecidas metas que permitem monitoramento ao longo do decênio, por
meio de um conjunto de estratégias com as principais políticas, programas e
ações envolvendo a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.
A ênfase do novo PNE está na
qualidade do ensino, com objetivos e metas focados em padrões de qualidade na
educação infantil, na educação profissional e tecnológica, no ensino superior e
na formação de docentes.
Além disso, há objetivos
específicos para as modalidades de educação escolar indígena, educação do campo
e quilombola. O projeto mantém metas para educação integral e também para os
públicos-alvo da educação especial e da educação bilíngue de surdos.
Para financiar as metas
previstas no plano, o relator propôs a necessidade de alocação de recursos da
exploração de petróleo para investimentos em expansão, modernização e adequação
da infraestrutura física e tecnológica das escolas; na redução das desigualdades
entre redes de ensino e na garantia de padrões nacional de qualidade. As redes
também têm previsão de receber recursos adicionais, condicionados ao
cumprimento das metas de acesso e rendimento escolar.
Um projeto de Lei foi incluído
no PNE, para que os recursos de exploração do Pré-Sal, estimados em R$ 220
bilhões, sejam voltados para educação.
“Encontramos um crescimento de
recursos de exploração do pré-sal, existe um crescimento que não tem previsão
de uso de 2026 em diante e antes que aparecesse um dono estamos amarrando esse
recursos extraordinário, que excede o que está já previsto. Só o petróleo
atende 80% do que estamos colocando no nosso parecer”, afirmou.
“Além disso, a proposta coloca
o PNE e tudo o que vai ser investido em infraestrutura nos próximos 10
anos fora do arcabouço fiscal, pois vamos ter orçamento e não vai ter como
gastar, pois vai ficar dentro do arcabouço fiscal. Não adianta ter o dinheiro e
não ter como utilizar”, completou.
O restante dos recursos para
financiamento do PNE viriam da negociação do Programa de Pleno Pagamento de
Dívidas dos Estados (Propag), em que os estados se comprometeriam em trocar
parte de suas dívidas por investimentos sociais. O projeto de lei deixa aberta ainda
a possibilidade de o governo federal encaminhar novas fontes para o plano.
“A sociedade vai investir mais
em educação e aqui as redes estaduais e municipais vão ter que competir entre
si. Nós não vamos pegar um município pobre lá no Nordeste ou no Norte, para
competir com um município com a nota, desempenho ou resultado no Paraná.
Queremos que desempenho e resultado seja sempre em referência com os resultados
anteriores desse município para que ele possa ter mais acesso a recursos
novos”, defendeu Moses.
Para tanto, o texto estabelece
um calendário, com datas para o planejamento estratégico de cada gestor para o
atingimento das metas. Um Plano de Educação, de longo prazo, com a definição de
metas e diretrizes gerais e um Plano de Ação, a ser elaborado a cada dois anos,
por União Estados e Municípios, com indicadores, metas intermediárias e planos
operacionais.
“Todos os recursos serão
mantidos e inclusive antecipados, mas no plano de ação, a cada dois anos, ele
tem que ter um compromisso para que a sociedade possa saber como está sendo
investido e quais os resultados que estão sendo alcançados”, explicou.
Agência Brasil
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