Foto: Reprodução
Hernani de Paiva Gadelha
Júnior, cirurgião cardíaco potiguar, recebeu homenagem na sede do Jeil Medical
Corporation, em Seul (Coreia do Sul). A cerimônia, realizada em 22 de outubro, reconheceu que, em todo o
Brasil, ele foi o cirurgião que mais aplicou a nova técnica de fechamento de esternotomia mediana — procedimento comum em cirurgias cardíacas, em
que o tórax é aberto
ao meio.
Enquanto o método tradicional utiliza fios de aço para reconstruir o esterno, a tecnologia da Jeil Medical emprega placas de titânio e parafusos. No Rio Grande do Norte, o cirurgião chegou a um total de 70 procedimentos com essa técnica.
Segundo Hernani, “essa técnica
veio para melhorar a qualidade desse fechamento do esterno, que é esse poço que
fica na frente do peito. O diferencial … é que, ao invés de utilizar o fio de
aço comum que vem sendo usado desde os primórdios da cirurgia cardíaca,
utilizamos placas de titânio e parafuso. Então, isso é como se fosse um
procedimento ortopédico”.
Desenvolvida no ano passado
pelo Grupo Jeil, a técnica foi introduzida no Brasil por Hernani no fim de 2024. Ele
destaca os benefícios para o pós-operatório: enquanto no método
convencional o retorno às atividades pode levar 60 a 120
dias, com essa técnica o paciente pode retomar sua
rotina em 30 a 45 dias, graças à maior
estabilidade do esterno, menor dor e recuperação
acelerada.
Para Hernani, a homenagem
reforça que o Rio Grande do Norte
pode se destacar internacionalmente pelo trabalho de excelência e inovação. “Saber
que, aqui de Natal, estamos sendo reconhecidos em outro país — a Coreia, que é extremamente rigorosa e exige qualidade — foi
muito gratificante. Mesmo sendo de um estado do Nordeste, conseguimos
desenvolver tecnologias avançadas
reconhecidas lá fora.”
Atualmente, a técnica está
disponível apenas em hospitais particulares, devido ao alto custo do
equipamento — que varia conforme o número de placas e parafusos utilizados.
Hernani realiza os procedimentos em Natal, nos hospitais Casa de Saúde São
Lucas, Promater e Hospital da Unimed Natal, e também em Mossoró, no Hospital
Wilson Rosado. “Na maioria das vezes conseguimos adotar porque o benefício ao
paciente é muito importante”, afirma o cirurgião.
A técnica utiliza titânio —
material ultrarresistente, com durabilidade indefinida e risco de complicação
inferior a 1%. Até o momento, nenhum paciente operado por ele apresentou
infecção relacionada ao procedimento. “Alguns pacientes podem fazer esforço
muito cedo ou até dormir de lado nos primeiros dias e, com o fio de aço, o osso
pode se afastar. Com essa técnica, isso praticamente não ocorre”, revela
Hernani.
O paciente permanece com o
implante permanente, “é como colocar uma placa ortopédica em uma fratura na
perna — fica para a vida toda”, explica. No pós-operatório, o paciente faz um
raio-x de tórax para verificar o posicionamento das placas; se estiver tudo
certo, passa a ser acompanhado anualmente: “Depois de dois ou três meses já
está completamente adaptado ao organismo.”
Hernani é formado em Medicina
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), possui mestrado em
Ciências da Saúde pela mesma instituição e é especialista em cirurgia
cardiovascular pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – Fundação Adib Jatene, em São Paulo. Atua há mais de duas décadas na área, sendo referência em técnicas minimamente invasivas.
Tribuna do Norte

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