Coordenado pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), o movimento argumenta que esse jogo de azar é a
causa de problemas de saúde e pode consumir grande parte da renda de
famílias, "que antes ia para a poupança, lazer e alimentação". Segundo
o manifesto, os gastos das famílias com apostas reduzem o consumo em setores
produtivos.
A proposta do setor produtivo
é que os recursos dessa contribuição financiem iniciativas em saúde e educação. A
regulamentação do setor de apostas foi
oficializada em janeiro deste ano.
"O Brasil precisa de
instrumentos mais efetivos para conter os impactos causados pelo crescimento
excessivo das apostas. Assim como é urgente corrigir o tratamento desigual em
relação ao setor produtivo - o verdadeiro responsável por criar empregos,
impulsionar a renda, fomentar a inovação e sustentar a competitividade da
economia", escrevem as organizações signatárias.
Entidades de diversos setores
assinam o manifesto como a Associação Brasileira da Indústria de Higiene
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a Bioenergia Brasil e a Associação
Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Em outros trechos, fazem
referência a diagnósticos já realizados sobre o setor de apostas.
Levantamento
do Instituto Locomotiva, de meados de junho, mostrou que seis em cada dez
apostadores usaram plataformas irregulares este ano.
A legislação vigente permite
que apenas operadores licenciados atuem no país e prevê, entre outros
respaldos, mecanismos de proteção ao apostador. A parcela de pessoas que
admitiram ter feito apostas em bets irregulares este ano foi de 61% e
a pesquisa evidenciou que as pessoas com renda mais baixa e menor escolaridade
são mais suscetíveis a prejuízos, por desconhecer seus direitos nessas
plataformas.
"Se aprovada este ano, a
CIDE-Bets entraria em vigor em 2026, com potencial de reduzir em 22,5% os
gastos efetivos com apostas virtuais e prover aos cofres públicos uma
arrecadação adicional de R$ 8,5 bilhões", estimam, segundo o documento.
No início do mês, a
Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória 1.303,
enviada pelo governo federal, que pretendia elevar tributos sobre
investimentos financeiros, bets e fintechs e trazia medidas
de corte de gastos para compensar a desidratação parcial do decreto que elevou
o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, as medidas de revisão de gastos públicos previstas na MP serão
incorporadas a um novo projeto de lei.
Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário