A expectativa, ainda segundo a Codern, é que cerca de mil turistas desembarquem na capital potiguar, com um gasto individual médio estimado em 200 dólares. Devem atracar no Porto de Natal os cruzeiros marítimos Hanseatic Spirit, em março de 2026, e o Seabourn Venture, em abril do próximo ano.
“A CODERN destaca que há um
trabalho conjunto com a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur/RN)
para atrair novas rotas e ampliar o número de escalas de cruzeiros no estado,
fortalecendo o posicionamento do Rio Grande do Norte como destino de cruzeiros
internacionais no Nordeste”, disse a instituição por meio de nota.
Com a chegada das duas
embarcações a Natal no próximo ano, a expectativa é de um impacto positivo,
principalmente para o setor de bares e restaurantes. Geralmente esses navios
chegam ao porto e ficam atracadas apenas por algumas horas. Durante esse período,
os turistas desembarcam para conhecer a cidade, movimentando o comércio, bares
e restaurantes.
Para Thiago Machado,
presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/RN), a
chegada de cruzeiros incrementa financeiramente o setor e gera oportunidades
para a capital. “O advento desses navios em solos potiguares traz dinheiro novo
para a capital e movimenta nossa economia. Os turistas não se hospedam em
nossos hotéis, mas esse recurso financeiro é distribuído em passeios, bares,
restaurantes com cultura gastronômica definida – comida regional, turismo
gastronômico – e artesanatos”, avalia.
Apesar da previsão de impacto
positivo para a economia da cidade, a baixa frequência de navios cruzeiros para
Natal chama atenção ao se comparar com outros destinos do Nordeste. Enquanto
Natal receberá apenas dois navios na temporada 2025/2026, cidades como Salvador
contam com 58 escalas, Maceió com 35 e Recife com 19.
Na temporada passada
(2024/2025), apenas um cruzeiro atracou em Natal: o Seabourn Venture, que
marcou a abertura oficial da temporada no Porto de Natal.
Infraestrutura do porto não é
adequada
A secretária de Turismo do
Estado, Marina Marinho, reconhece que a movimentação de cruzeiros no Porto de
Natal ainda é tímida em comparação com outros estados do Nordeste. Ela atribui
esse cenário principalmente a fatores estruturais e logísticos. “O porto ainda
não dispõe da infraestrutura ideal para receber navios de grande porte, o que
limita a frequência e o volume de embarcações”, explica a secretária.
Segundo ela, a pasta tem
atuado em parceria com a Codern e com o trade turístico para fortalecer o
turismo marítimo no estado. Entre as iniciativas em andamento estão a
requalificação do Porto de Natal, a promoção do destino em feiras
internacionais, estudos técnicos para avaliar novos pontos de atracação
turística, além da obra de dragagem do canal de acesso ao porto.
“Essa dragagem, investimento
federal para manutenção, visa aumentar a profundidade do canal para 12,5
metros, permitindo a atracação de navios maiores e maior segurança na
navegação”, explica a secretária.
O secretário de Turismo de
Natal, Sanclair Solon, também reconhece que fatores estruturais e logísticos
ainda limitam a inclusão de Natal nas rotas de cruzeiros: “Tem essas questões
das defensas da ponte, tem a questão de profundidade de alguns navios, que eles
[Governo do Estado] estão providenciando também essas adequações. Já foi até
lançada uma solicitação para isso”, afirma.
Ele acredita em um cenário
mais promissor nessa área a partir de políticas públicas, promoção do destino e
articulação com as companhias marítimas. “Eu creio que em breve esses números
devem melhorar, porque aí entra uma questão de política, divulgação, atuação
junto a essas empresas. Tem toda uma questão logística também envolvida nisso”,
finaliza.
Tribuna do Norte
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