quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Cruzeiros: Natal terá só dois navios na temporada 2025/26

Apesar do status de cidade turística, a capital potiguar receberá, durante toda a temporada de cruzeiros marítimos 2025/2026, apenas dois navios desse tipo. A informação foi confirmada pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), empresa que administra o Porto de Natal. A temporada foi iniciada nacionalmente na última segunda-feira (06) e se estenderá até abril de 2026. O Governo do Estado admite que fatores estruturais e logísticos ainda limitam o aumento da frequência de navios no terminal natalense.

A expectativa, ainda segundo a Codern, é que cerca de mil turistas desembarquem na capital potiguar, com um gasto individual médio estimado em 200 dólares. Devem atracar no Porto de Natal os cruzeiros marítimos Hanseatic Spirit, em março de 2026, e o Seabourn Venture, em abril do próximo ano.

“A CODERN destaca que há um trabalho conjunto com a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur/RN) para atrair novas rotas e ampliar o número de escalas de cruzeiros no estado, fortalecendo o posicionamento do Rio Grande do Norte como destino de cruzeiros internacionais no Nordeste”, disse a instituição por meio de nota.

Com a chegada das duas embarcações a Natal no próximo ano, a expectativa é de um impacto positivo, principalmente para o setor de bares e restaurantes. Geralmente esses navios chegam ao porto e ficam atracadas apenas por algumas horas. Durante esse período, os turistas desembarcam para conhecer a cidade, movimentando o comércio, bares e restaurantes.

Para Thiago Machado, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel/RN), a chegada de cruzeiros incrementa financeiramente o setor e gera oportunidades para a capital. “O advento desses navios em solos potiguares traz dinheiro novo para a capital e movimenta nossa economia. Os turistas não se hospedam em nossos hotéis, mas esse recurso financeiro é distribuído em passeios, bares, restaurantes com cultura gastronômica definida – comida regional, turismo gastronômico – e artesanatos”, avalia.

Apesar da previsão de impacto positivo para a economia da cidade, a baixa frequência de navios cruzeiros para Natal chama atenção ao se comparar com outros destinos do Nordeste. Enquanto Natal receberá apenas dois navios na temporada 2025/2026, cidades como Salvador contam com 58 escalas, Maceió com 35 e Recife com 19.

Na temporada passada (2024/2025), apenas um cruzeiro atracou em Natal: o Seabourn Venture, que marcou a abertura oficial da temporada no Porto de Natal.

Infraestrutura do porto não é adequada

A secretária de Turismo do Estado, Marina Marinho, reconhece que a movimentação de cruzeiros no Porto de Natal ainda é tímida em comparação com outros estados do Nordeste. Ela atribui esse cenário principalmente a fatores estruturais e logísticos. “O porto ainda não dispõe da infraestrutura ideal para receber navios de grande porte, o que limita a frequência e o volume de embarcações”, explica a secretária.

Segundo ela, a pasta tem atuado em parceria com a Codern e com o trade turístico para fortalecer o turismo marítimo no estado. Entre as iniciativas em andamento estão a requalificação do Porto de Natal, a promoção do destino em feiras internacionais, estudos técnicos para avaliar novos pontos de atracação turística, além da obra de dragagem do canal de acesso ao porto.

“Essa dragagem, investimento federal para manutenção, visa aumentar a profundidade do canal para 12,5 metros, permitindo a atracação de navios maiores e maior segurança na navegação”, explica a secretária.

O secretário de Turismo de Natal, Sanclair Solon, também reconhece que fatores estruturais e logísticos ainda limitam a inclusão de Natal nas rotas de cruzeiros: “Tem essas questões das defensas da ponte, tem a questão de profundidade de alguns navios, que eles [Governo do Estado] estão providenciando também essas adequações. Já foi até lançada uma solicitação para isso”, afirma.

Ele acredita em um cenário mais promissor nessa área a partir de políticas públicas, promoção do destino e articulação com as companhias marítimas. “Eu creio que em breve esses números devem melhorar, porque aí entra uma questão de política, divulgação, atuação junto a essas empresas. Tem toda uma questão logística também envolvida nisso”, finaliza.

Tribuna do Norte

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