“As manifestações de rua em
protesto ao projeto da anistia e à PEC da Blindagem, além das articulações
feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, contra o Brasil,
tiraram da extrema-direita o monopólio dos símbolos nacionais”, disse o novo
secretário de Comunicação do PT, Éden Valadares.
Na prática, a propaganda do
partido começa a indicar a linha da campanha de Lula à reeleição, em 2026.
Desta vez, os comerciais ficaram a cargo da agência Leiaute, que já foi
comandada pelo publicitário Sidônio Palmeira, hoje ministro da Secretaria de Comunicação
Social (Secom). Sidônio assinou os programas eleitorais da campanha petista em
2022 e deverá ter a mesma tarefa no ano que vem.
A imagem da enorme Bandeira do
Brasil estendida na Avenida Paulista durante a manifestação do domingo 21, em
contraponto à dos Estados Unidos – aberta por aliados do ex-presidente Jair
Bolsonaro, no ato de 7 de Setembro -, também aparecerá nas inserções do PT.
“Quando eu vi aquela bandeira
dos EUA no 7 de Setembro, achei que fosse montagem. Como é que pode?”, indagou
Valadares. “Não poderíamos perder isso. Nosso programa terá muito verde,
amarelo azul e branco. Vamos mostrar as cores e as caras do Brasil, com a
Amazônia, o sertão, os pampas e os grandes centros urbanos”, completou o
secretário de Comunicação do PT.
O destaque dos filmes será
Lula na ONU dez dias depois da condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses
de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Assuntos como a morte da
proposta de emenda à Constituição que impedia a abertura de processos criminais
contra parlamentares, sem autorização do Congresso, entrarão nas inserções
comerciais de forma genérica.
Na Câmara, 12 deputados do PT
chegaram a se posicionar a favor da PEC da Blindagem e oito aprovaram a manobra
para que houvesse voto secreto nas sessões destinadas a autorizar processos
criminais contra parlamentares.
O episódio abriu uma crise no
PT, que resolveu enquadrar suas bancadas no Congresso. Antes mesmo de a
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado derrubar a proposta, que
ficou conhecida como “PEC da Bandidagem”, o partido divulgou uma resolução política,
seguindo orientação de Lula, contra “qualquer redução de pena para quem
planejou golpe de Estado e tentativa de assassinato do presidente da República,
vice-presidente e presidente do Tribunal Superior Eleitoral”.
O documento também determinava
que os senadores do partido rejeitassem a PEC “que reestabelece as
prerrogativas parlamentares”. A proposta não foi chamada ali de “PEC da
Blindagem” ou “da Bandidagem”, fato que provocou críticas da esquerda petista.
Na primeira leva de comerciais
na TV, que já está no ar, o PT deu destaque às mulheres com jornada dupla –
aquelas que trabalham e cuidam dos filhos – para defender uma das propostas do
governo: o fim da escala 6 por 1. “Nós saímos das palavras de ordem para os
vídeos com emoção”, observou Valadares.
As últimas inserções
autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem ocorrer no fim de
outubro e mostrarão as bandeiras do PT e do governo, como a isenção do Imposto
de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação BBB (bilionários, bancos e bets).
A estratégia em curso, que
também será usada na campanha de 2026 consiste em substituir o “nós contra
eles” pelo conceito de “justiça tributária”.
Estadão Conteudo

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