Segundo William Figueiredo,
economista da Fecomércio RN, o Pix parcelado tende a ter juros menores. O
débito será feito diretamente na conta, na data de vencimento, o que deixa
pouca margem para inadimplência. “O Pix parcelado tenderá a ser mais vantajoso
que o parcelamento via cartão de crédito, que costuma parcelar com juros mais
altos ou embutir no preço do produto o custo do parcelamento sem juros”, disse.
Por outro lado, o cartão de
crédito oferece maior flexibilidade no pagamento, com possibilidade de atraso
ou quitação do valor mínimo. “Além disso, [o cartão de crédito] costuma
oferecer benefícios adicionais, como programas de pontos que podem ser trocados
por milhas, produtos ou cashback. O consumidor precisará avaliar qual meio de
pagamento melhor se encaixa ao seu perfil”, explicou Figueiredo.
Para o economista, uma das
vantagens do Pix parcelado é que o consumidor poderá negociar descontos no
momento da compra, já que o lojista receberá o valor integral da operação de
forma imediata. “O consumidor poderá pedir desconto na hora da compra pagando
via Pix parcelado, uma vez que o vendedor, nessa modalidade, receberá na hora o
valor total da operação, sem custos de antecipação de crédito”, destacou
Figueiredo.
Embora traga mais
flexibilidade para o consumidor, o Pix parcelado funciona de maneira distinta
do Pix tradicional. Ao contrário da versão comum, que não envolve custos para
pessoas físicas, a nova ferramenta será uma operação de crédito, sujeita a
encargos financeiros. “Na hora do pagamento, o consumidor poderá optar pelo Pix
parcelado, sendo informado de imediato o valor das parcelas, datas de débito e
os possíveis juros embutidos na operação”, explicou William Figueiredo.
De acordo com o presidente do
Banco Central, Gabriel Galípolo, a mudança vai favorecer especialmente quem não
tem acesso ao cartão de crédito. “Sessenta milhões de pessoas que hoje não têm
cartão de crédito vão poder ter acesso a uma série de serviços ou a uma série
de facilidades, mas não só a facilidade daquele serviço que ela já tem acesso,
mas a serviços que ela não tinha acesso por não ter uma modalidade de
contratação desse jeito”, afirmou.
O Banco Central confirmou que
ainda em setembro divulgará as regras para padronizar o Pix parcelado.
Outras mudanças no pix
Além do Pix parcelado,
previsto para 2025, a partir de 2026 começa a ser utilizado o Pix em garantia,
por meio do qual as empresas poderão utilizar valores a receber via Pix como
forma de garantia em operações de crédito. A funcionalidade está sendo desenvolvida
pelo Banco Central com o objetivo de facilitar o acesso ao crédito,
especialmente para pequenos e médios empreendedores. De acordo com a
instituição, essa nova funcionalidade será voltada exclusivamente para pessoas
jurídicas.
Outra funcionalidade é a
proteção dos usuários do Pix, que entra em vigor em outubro com a implantação
de um novo sistema de autoatendimento para pedidos de devolução em casos de
fraudes. A ferramenta passa a integrar o Mecanismo Especial de Devolução e permitirá
que vítimas de golpes possam contestar transações diretamente pelo aplicativo
do banco, de forma digital e sem precisar entrar em contato com o suporte da
instituição financeira.
Tribuna do Norte
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