"Em comunicado recebido
da Missão dos Estados Unidos para as Nações Unidas, o Ministério da Saúde do
Brasil foi informado da proibição imposta ao ministro Alexandre Padilha de
participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS)", informou o ministério.
"A decisão viola o Acordo
de Sede com a ONU e o direito do Brasil de apresentar as suas propostas no mais
importante fórum global de saúde para as Américas. O país é uma referência em
saúde pública mundial e um dos principais articuladores de ações voltadas à
defesa da vacina, da ciência e da vida."
O visto concedido pelos
Estados Unidos só permitiria que Padilha fizesses deslocamentos restritos
do hotel para a ONU, além de instalações médicas em caso de emergência.
De acordo com o Ministério da
Saúde, "em razão dessas limitações infundadas e arbitrárias ao exercício
diplomático brasileiro", o ministro Alexandre Padilha vai permanecer no
Brasil, dedicado à votação da Medida Provisória do Programa Agora Tem
Especialistas no Congresso Nacional.
"Não se trata de uma
medida de retaliação ao ministro, mas ao que o Brasil representa na luta contra
o negacionismo que retira o direito de crianças de se vacinarem e guia os
retrocessos relacionados à saúde que a população norte-americana enfrenta",
ressalta o ministério.
"Todas as articulações
estão mantidas com a delegação do Ministério da Saúde em Nova York e
Washington, e reforçadas por reuniões do próprio ministro em eventos como a COP
30, diálogos bilaterais e missões com representantes do Mercosul e do BRICS, blocos
com presidência do Brasil. A ciência continuará a avançar e o Brasil não
deixará de atuar pela sua soberania."
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Entenda
Em agosto, o governo do presidente Donald Trump cancelou o
visto da esposa e da filha de 10 anos de Padilha. À época, o ministro
estava com o visto vencido desde 2024 e, portanto, não passível de
cancelamento.
Na mesma semana, o Departamento de Estado dos Estados Unidos
revogou os vistos de funcionários do governo brasileiro ligados à
implementação do programa Mais Médicos.
Foram cancelados os vistos do
secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Mozart
Julio Tabosa Sales, e do ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e
atual coordenador-geral para 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças
Climáticas de 2025 (COP30), Alberto Kleiman.
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